Policiais civis da 62ª DP (Imbariê) deflagram, nesta quarta-feira (18/08), a operação “Domínio Final” nas comunidades de Parada Angélica e Vila Sapê, no distrito de Imbariê, em Duque de Caxias. O objetivo é cumprir 28 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias utilizadas para lavagem de dinheiro da facção do tráfico de drogas que atua nessas localidades. Agentes da Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional (SSPIO), do Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) apoiam a ação.
De acordo com as investigações, as lideranças dessas comunidades, além de traficar entorpecentes, fomentam e lucram com roubos de várias espécies. O nome da operação, Domínio Final, faz referência a esse controle dos delitos por parte desses criminosos.
Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, os policiais identificaram que o líder da Vila Sapê – conhecido como “Playboy” e que responde por tráfico internacional de drogas e armas de fogo – movimenta cerca de R$ 2 milhões por mês com atividades ilícitas. O bandido também chefia a comunidade do Caleme, em Teresópolis, por meio de um subordinado. Ainda sobre este município da Região Serrana do estado, foi apurado pelos agentes que um líder da mesma quadrilha – apelidado de “Sombrão da VK” (Vila Kennedy) –, que está preso, teria ordenado aos comparsas que tomassem as comunidades que estivessem sob domínio de outras facções para “vermelhar” a cidade.
“Playboy” também é apontado como responsável por mandar aliados atirarem contra um matagal, onde suspeitou que houvesse policiais escondidos. Em uma oportunidade, ao saber que uma viatura de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) da Polícia Militar tinha entrado na comunidade, ele determinou que atirassem. Segundo o traficante, “se o policial morresse não daria em nada”, uma vez que a RECOM não poderia operar naquele local.
Já Parada Angélica possui dois líderes locais, que se alternam na venda das drogas semanalmente. As investigações apontam que eles - conhecidos como “Bola” e “Rex” - são os responsáveis por coordenar roubos de cargas na região. A dupla usa a comunidade de “bunker” para esconder entorpecentes e armas de fogo de favelas limítrofes.
Apesar de terem lideranças distintas, ambas as comunidades - Parada Angélica e Vila Sapê – atuam em harmonia na distribuição de drogas, prática de roubos, homicídios e defesa armada do território.