Cerca de 38% dos policiais militares submetidos à reavaliação das licenças psiquiátricas estão aptos a voltar ao serviço. Desde agosto, o Gabinete de Intervenção Federal criou uma junta com médicos do Exército, da Marinha e da própria Polícia Militar para reavaliar essas licenças médicas.
Dos 1.054 examinados até o momento, 377 foram considerados aptos ao trabalho nas ruas. Outros 630 foram considerados inaptos, mas 70% deles poderão realizar atividades internas nos quartéis. O total de licença chega a quase três mil e as consultas seguirão ao longo do período da Intervenção Federal.
A PM tem hoje um contingente de 44.384 homens. Mas contava com apenas quatro psiquiatras no seu quadro médico - dois na área ambulatorial e dois para avaliação das licenças. Por falta de especialistas havia carência de oferta desse atendimento médico e os afastamentos se acumularam. A corporação estava aceitando laudos privados. A intenção não é apenas reavaliá-las, mas oferecer tratamento médico a quem necessita desse acompanhamento.
Os critérios da avaliação determinam que os "aptos A" podem participar de patrulhamentos e operações. Os "aptos B" podem trabalhar armados, mas dentro dos quartéis. Os "aptos C" exercem funções administrativas desarmados e os "D" são licenciados para ficar em casa por problemas de saúde mental.
Antes das avaliações, dos três mil afastados, 2.300 estavam trabalhando internamente nos quartéis e outros 700 estavam casa. Uma equipe de peritos foi formada para avaliar os recursos. A corregedoria interna da Polícia Militar apura eventuais fraudes nos pedidos de licenças médicas. As investigações já resultaram em processos administrativos e expulsões da corporação de militares que comprovadamente fraudaram laudos.