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Ex-técnico de Marcelo tem explicação para baixo rendimento do lateral na Copa

Josué Teixeira foi treinador do jogador no Fluminense

Por Gustavo Cunha em 26/06/2018 às 06:40:20

(FOTO: Lucas Figueiredo/CBF)

Um dos jogadores que mais vem causando preocupação à torcida brasileira é o lateral-esquerdo Marcelo. Considerado por muitos o melhor do mundo na posição, o atleta, que gera muitas expectativas, não rendeu o esperado até o momento, assim como toda a Seleção Brasileira.

Atualmente treinando o Americano, de Campos, Josué Teixeira, em 2005, quando era auxiliar-técnico de Abel Braga no Fluminense, foi quem começou a perceber o potencial do lateral. Marcelo chegou a ser promovido algumas vezes aos profissionais naquele ano, mas foi em 2006, quando Josué teve a oportunidade de assumir o time principal tricolor - duas vezes como interino e outra como efetivo -, que o atleta, então com 17 anos, se firmou de vez na equipe profissional do clube das Laranjeiras.

Para o treinador, a falta de descanso pode ser um dos motivos do baixo rendimento do lateral neste início de Copa, mas acredita que no decorrer da competição, o atleta irá mostrar seu verdadeiro potencial.

"O Real Madrid foi até o final da temporada europeia jogando. O Marcelo não teve descanso. Acredito muito que na próxima fase, ele vai render melhor."

Teixeira também pontuou outros fatores que podem explicar as fracas exibições do lateral-esquerdo nos jogos contra a Suíça e a Costa Rica.

"O Marcelo é um lateral que joga em velocidade e ultrapassagem. O ritmo lento, com poucas movimentações, dificulta seu jogo."

Marcelo mostra que mesmo com as críticas, não se deixa abater. Josué revelou que o jogador sempre teve o lado emocional forte.

"Sempre foi assim. Jogador de personalidade, por isso é, há muito tempo, titular do maior clube do Mundo."

Confira, abaixo, a íntegra da entrevista:

- Com Daniel Alves fora da Copa do Mundo, o técnico Tite teve de repensar a forma de jogar da seleção brasileira. O Marcelo é procurado o tempo inteiro pelo time. O que você acha dessa nova configuração tática da equipe?

R: A seleção sempre usou muito o lado esquerdo de ataque. A diferença é que agora não temos mais a passagem por dentro da Daniel. Recuperando seu melhor jogo, Paulinho dará o equilíbrio tático.

- Parte da imprensa brasileira vem criticando o desempenho da seleção na Copa do Mundo. Isso não é um pouco exagerado?

R: A pressão no futebol brasileiro é sempre exagerada, mas temos que concordar que a seleção não fez bons jogos.

- Você foi o responsável por observar e promover o Marcelo aos profissionais do Fluminense. O que mais te chama a atenção na evolução dele nesse período?

R: O que chama a atenção é a forma linear da carreira. Nunca foi contestado, o que confirma toda a expectativa criada sobre ele.

- Qual foi a sua reação quando viu pela primeira vez o Marcelo atuando nos juniores do Fluminense?

R: Na verdade, eu o acompanhava desde o Infantil. A geração 88 era muito boa. Lenny, Renan, entre outros.

- Naquela época, você percebia que o Marcelo seria um jogador diferenciado?

R: Ele sempre foi muito diferente.

- Até porque, poucos conseguem se tornar ídolo no Real Madrid. Não é?

R: Marcelo só teve dois clubes na carreira. Os dez anos de Espanha confirmam a condição de ídolo e segundo capitão.

- Qual conselho você daria ao técnico Tite para melhorar o desempenho de Marcelo na seleção brasileira?

R: O Tite é muito competente e saberá tirar o melhor rendimento dele.


(FOTO: Arquivo pessoal)


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