A TV Globo promoveu nesta terça-feira, o debate entre os candidatos ao governo do Rio de Janeiro. Foram convidados: Eduardo Paes (DEM), Indio da Costa (PSD), Marcia Tiburi (PT), Pedro Fernandes (PDT), Romário (Podemos), Tarcísio Motta (PSOL) e Wilson Witzel (PSC). A jornalista Ana Paula Araújo foi a mediadora do encontro. O clima entre alguns candidatos foi marcado por ofensas.
O primeiro bloco foi marcado pelo clima entre Wilson Witzel e Indio da Costa. Witzel disse que Indio está envolvido em lavagem de dinheiro e que "surfava na onda do Bolsonaro". Indio da Costa chamou Witzel de "mentiroso", ressaltando que foi relator do projeto ficha limpa e que sempre se opôs ao PT.
Eduardo Paes preferiu fazer uma dobradinha light com Pedro Fernandes, que levantou o tema da fiscalização obrigatória do Detran e das blitzes "caça níqueis", destacando que vai acabar com isso. Paes concordou e disse que também vai acabar com essas medidas para economizar dinheiro.
Romário (Podemos) questionou Márcia Tiburi (PT) sobre seus projetos para as pessoas com deficiência. Ele tem uma filha com síndrome de Down, e a candidata do PT, uma filha surda. Tiburi destacou a necessidade de melhorar a acessibilidade no transporte público. Romário lembra que foi o relator da Lei Brasileira de Inclusão e prometeu adaptar o estado para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pessoas com deficiência e doenças raras.
O combate à corrupção foi o tema para Eduardo Paes (DEM) perguntar a Márcia Tiburi (PT) sobre sua proposta. Tiburi lembrou a "Farra dos Guardanapos" - festa em Paris em que a turma de Sergio Cabral dançou com guardanapos na cabeça para celebrar uma homenagem dada pelo governo francês ao ex-governador do Rio de Janeiro - e lamentou ausência de Garotinho (PRP) no debate.
Na réplica, Paes disse que a saudade do Garotinho mostrava que Tiburi gostava de um presidiário, em alusão à prisão do ex-presidente Lula, que apoia a candidata. Na tréplica, a petista disse que Paes foi grosseiro, lembrando que, no Brasil, é frequente a prisão de inocentes.
Em outro momento, a petista foi atacada por Indio da Costa, que disse que sua adversária faz parte de uma quadrilha criminosa, e que pretende impedir que o Lula e Cabral comandem o Brasil e o Rio de dentro dos presídios. Tiburi pediu direito de resposta e foi atendida.
"Não faço parte de quadrilha criminosa. Sou parte do maior partido da América Latina. Sou professora, saí do PSOL para o PT por gratidão por tudo que o PT fez pelo nosso país. Muita gente que está aqui é farinha do mesmo saco", disparou.
Eduardo Paes foi alvo no segundo bloco. Índio da Costa perguntou sobre a dívida que ele teria deixado na prefeitura, negado por Paes. Índio então disse que ele estava mentindo.
"Você sabe que está mentindo. Eu não quebraria a previdência, como você quebrou. Você tem uma liminar sendo questionada pela justiça. Vai responder por crime de corrupção ativa, passiva, peculato, formação de quadrilha, evasão de dívida. Vai passar o governo inteiro utilizando a máquina para se defender? Usando o foro?"
Paes respondeu:
"Entendo seu desespero, mas temos que ter equilíbrio. O Índio foi condenado na Justiça Eleitoral, perdeu o direito de falar na televisão porque falou mentira", devolveu.
No terceiro bloco, Indio apontou suas armas para Romário. O candidato do PSD disse que Ronaldo Faria, irmão de Romário (Podemos), ocupava cargo na secretaria municipal de Esporte e Lazer sem trabalhar. Indio lembrou ainda de um ex-assessor de Romário, nomeado em seu gabinete no Senado, acusado de quatro homicídios.
No quarto bloco, as acusações ficaram mais fortes, o que aumentou ainda mais o número de pedido de resposta. A maioria concedida. Marcia Tiburi lembrou que Paes já defendeu as milícias. Em outra discussão mais ríspida, Romário chamou Wilson Witzel de "frouxo" por ter deixado o Espírito Santo depois de ser ameaçado de morte. "Se ficou com medo lá, imagino aqui no Rio de Janeiro", alfinetou Romário.