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Liberado acesso à comunidade após onze meses da abertura de cratera em Petrópolis

Defesa Civil solicita providências para Concer e determina prazo para resolver a situação no local

Por Marisa Dias em 23/10/2018 às 20:32:59

Foto: Divulgação

A abertura de uma cratera em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, em 07 de novembro de 2017, trouxe muitos transtornos para a população que ficou impedida de ter acesso ao local. Onze meses após o acidente, a Defesa Civil liberou, nesta sexta-feira (19), o acesso e a área foi desinterditada.

A Escola Municipal Leonardo Boff e uma via de acesso estão com o acesso livre. Porém, segundo o órgão, as 55 casas que ficam na Comunidade do Contorno, às margens da rodovia BR-040, ainda permanecerão interditadas por tempo indeterminado. 

Após uma reunião realizada dia 16 de outubro, a Defesa Civil emitiu uma nota técnica autorização a desinterdição da área. Estavam reunidos técnicos da Defesa Civil, representantes da Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio de Janeiro (Concer), e do Ministério Público Federal (MPF). Outros órgãos também receberam o documento, entre eles a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Polícia Federal (PF).

A Defesa Civil informou que as moradias continuarão interditadas enquanto aguarda da Concer, o envio de laudo de vistoria dos imóveis  atestando a segurança dos moradores.

Moradores do local fizeram, no mês passado, um protesto que fechou em meia pista, o km 81 da descida da Serra de Petrópolis. A reivindicação era para alertar as autoridades de que dezenas de famílias continuam sem moradia e foram prejudicadas com a construção do “maior túnel rodoviário inacabado no Brasil”.

A investigação sobre a causa do desmoronamento ainda não foi concluída. Laudos da Defesa Civil e do Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro apontaram alto risco de novos acidentes. Técnicos constaram, inclusive, possíveis problemas que poderão ocorrer ao longo do eixo do túnel, que faz parte da obra da nova pista subida da Serra.

A Defesa Civil ressaltou que a Concer não atendeu às exigências solicitadas anteriormente, entregue no dia 18 de setembro. Os estudos apresentados pelo órgão não oferece garantias de que as residências estão em condições de serem ocupadas novamente. Por não ser conclusivo, o estudo não permitiu a liberação dos imóveis. Outro apontamento feito pela Defesa Civil foi uma explicação sobre o motivo pelo qual apenas 33 casas foram vistoriadas, enquanto 22 ainda permanecem sem avaliação.

O prazo para a Concer entregar explicações a respeitos dos laudos das residências para a Defesa Civil termina nesta quarta-feira (24). A empresa ainda terá que informar o prazo para a elaboração do cronograma do plano de ação na localidade.

Na nota técnica a Defesa Civil solicita que as empresas contratadas pela Concer realizem algumas ações para restabelecer a normalidade e a manutenção da segurança na região, para evitar assim outros acidentes. Entre as providências, o órgão pede a realização de obras de contenção, recuperação estrutural, sistemas de drenagem e as demais intervenções na localidade. 

Como tudo aconteceu 

No dia 7 de novembro, uma casa com três andares foi engolida por uma cratera que se abriu na Comunidade do Contorno, As primeiras informações eram que a cratera tinha 70 metros de profundidade, mas depois a Concer realizou investigações técnicas constatando que ela teve entre 12m e 15m. Foram necessários trezentos e vinte e três caminhões carregados de pó de pedra para conseguir fechar a cratera. 

Parada desde julho de 2016, a construção da nova pista de subida da Serra contava com 400 operários trabalhando no local e que acabaram sendo demitidos. A inadimplência da União, segundo a Concer, foi o motivo para que as obras ficassem paradas.

O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou irregularidades na obra em janeiro de 2017. Identificaram, além de um superfaturamento de R$ 51 milhões, um sobrepreço (valores em fase de cotações que ainda não foram praticados) de cerca de R$ 400 milhões. Em 2013, foi determinada uma intervenção com prazo final em 2016. Prorrogada várias vezes o último prazo foi para conclusão era em 2017.

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