A Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou na sexta-feira, dia 18, estudo da Superintendência de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Sievs) sobre a evolução da Covid-19 no estado desde o início da pandemia, em março de 2020. O levantamento avaliou o comportamento de cada uma das cinco ondas que o estado enfrentou e apontou que, em cada uma, houve o surgimento e predomínio de uma variante do vírus SARS-Cov-2 com características diferentes tanto de transmissibilidade quanto de letalidade.
O estudo conclui que o cenário atual da Covid-19 no estado retornou aos números mais baixos, após a passagem da onda causada pela Ômicron. Embora a variante tenha gerado a maior curva de casos já observada desde o início da pandemia, foi a menor onda de internações e óbitos por Covid-19. A ampliação da cobertura vacinal foi um fator importante para a redução da incidência de internações e mortalidade. Em janeiro de 2022, a mortalidade entre os não vacinados com a primeira dose internados foi 60% maior que a dos internados com as duas doses. O resultado reforça a importância da vacina para redução dos casos graves e da morte pela doença.
A onda causada pela variante Gama (P1) foi a que apresentou a maior duração e, portanto, maior incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 315,8 internações por 100 mil habitantes. Também teve a maior taxa de mortalidade, com 115 por 100 mil habitantes. Por outro lado, a onda causada pela Ômicron (BA.1), que predominou em janeiro de 2022, foi a que apresentou a maior incidência de casos de Covid-19, com 2.629 a cada 100 mil habitantes e a menor incidência de internações por SRAG e de mortalidade.
- Esse estudo vai nos ajudar a compreender o comportamento da Covid-19 no estado. Entendermos como a vacinação e as ações de enfrentamento foram fundamentais para que pudéssemos reduzir cada vez mais o número de casos graves e óbitos. A Covid-19 é uma doença que ainda não conhecemos por completo e que muda a cada nova onda de transmissão. Esses dados são fundamentais para que possamos pensar ações futuras – afirmou o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
Na 1ª onda, ocorrida entre os meses de abril e maio de 2020 (05/04 a 23/05 de 2020), a predominância foi da variante B.1.1.33, cepa inicial que chegou ao Brasil. Ela não era considerada uma cepa de preocupação (VOC) e já se encontrava em todos os continentes do mundo. Durante essa onda, foram registrados 99.760 casos, 24.174 internações e 11.270 óbitos. A 2ª onda ocorreu entre os meses de novembro de 2020 e janeiro de 2021 (08/11/2020 a 16/01/2022), com predomínio da P.2 (Zeta), considerada uma variante de interesse (VOI) e identificada primeiro no Rio de Janeiro e depois nos demais estados. No período, foram registrados 282.339 casos, 27.778 internações e 10.621 óbitos.
A 3ª onda teve início em fevereiro de 2021, devido à entrada da variante P.1 (Gama) no estado. Ela foi detectada primeiro em Manaus e depois no restante do país. Esta foi a onda com a maior duração, ocorrendo até meados do mês de junho (28/02/2021 a 12/06/2021). Foram 358.980 casos notificados, 55.150 internações e 20.079 óbitos. Em agosto de 2021, o estado entrou na 4ª onda com a chegada da variante A.Y.99.2 (Delta) ao país. O diferencial desta onda foi ter ocorrido após o início da campanha de vacinação (janeiro de 2021). Ela se mostrou menos transmissível que as outras, registrando 71.053 casos, 6.772 internações e 2.524 óbitos.
A 5ª onda gerada pela entrada da variante BA.1 (Ômicron) no país aconteceu entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. Até o momento, esta foi a onda que apresentou a curva mais elevada de casos. Embora tenha sido a maior em número de casos (459.099), representou o menor número de internações, 4.607, e 1.475 óbitos, refletindo a efetividade da vacinação contra Covid-19.
Quanto ao perfil das internações, o levantamento mostrou que foram registradas um total de 184.830 hospitalizações desde o início da pandemia. A 3ª onda foi responsável pelo maior número de internações e de municípios (20) que tiveram acima de 500 registros. Sobre os óbitos, o boletim apresenta que o estado registrou 71.060 mortes pela doença desde março de 2020. O maior número de registros, entretanto, ocorreu na 3ª onda. Até a 4ª onda, houve predomínio de internações de pessoas do sexo masculino, porém, na 5ª onda, os números se igualaram: 50,2% dos internados eram mulheres, e 49,8%, homens.