O Lipedema é uma doença crônica que atinge uma em cada dez mulheres no mundo. É causada pelo acúmulo de gordura nos braços, quadris e, principalmente, nas pernas e provoca dores, problemas de locomoção e uma sensação de peso nesses membros. Apesar de ser mais comum do que se imagina, o quadro costuma ser confundido com obesidade. Esse ano, o Lipedema foi reconhecido como doença na nova Classificação Internacional de Doenças.
Almar Bastos, presidente da Sociedade de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro espera bons resultados dessa inserção. “Devemos esclarecer a população e dar o máximo de informação dessa enfermidade pouco conhecida”, reforça o especialista.
A doença afeta majoritariamente as mulheres porque o lipedema precisa de hormônios femininos, o estrógeno e a progesterona, para se desenvolver. “Diferente da celulite, da gordura localizada e da obesidade, que podem se localizar no abdômen, tórax e até na face, o lipedema acomete principalmente os membros, com grande preferência pelas pernas e coxas”, afirma o médico. Além disso, outros sintomas são dor, sensação de queimação nos locais de acúmulo de gordura, hematomas e desconforto ao apalpar.
Para evitar a doença, o presidente da SBACV-RJ orienta mudar o estilo de vida, adotando uma alimentação balanceada, como também a prática regular de atividade física. "Isso é fundamental", salienta.
Além de todos esses desconfortos relatados acima, existe o constrangimento estético que acompanha o lipedema, informa o médico.
Por ser uma doença crônica que pode piorar ao longo da vida, Bastos explica que o tratamento está atrelado a todas essas mudanças no estilo de vida do paciente.
Não tem cura, mas o tratamento pode diminuir bastante o sofrimento do paciente. Deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, que inclui angiologistas, endocrinologistas, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. Pode ser somente um tratamento clínico ou cirúrgico.
O clínico é composto por mudanças na alimentação, exercícios de baixo impacto, uso de meia compressora, drenagem linfática e interrupção de terapias hormonais, quando possível. Já o cirúrgico pode ser feito com lipoaspiração ou dermolipectomias (retirada em bloco dos segmentos gordurosos), mas pode deixar cicatrizes indesejadas.