Com o anúncio no último domingo do ex-secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo Ricardo de Aquino Salles como futuro ministro do Meio Ambiente, o presidente eleito Jair Bolsonaro completou o seu time de 22 ministros. Embora ele tenha anunciado durante a campanha que teria apenas 15 ministros.
A pasta continuará como ministério, embora Bolsonaro tenha anunciado durante a campanha e logo após eleito, que a fundiria com a Agricultura. Porém, com a reação de órgãos ambientalistas, recuou e manteve a pasta. Destacando que não indicaria alguém “xiita”.
Ricardo de Aquino Salles, de 43 anos, é paulista, advogado e ligado ao Movimento Endireita Brasil e concorreu pelo Partido Novo, sem sucesso na última eleição, a uma vaga de deputado federal por São Paulo. Foi secretário de Meio Ambiente na gestão do então governador Geraldo Alckmin, além de ter sido seu secretário particular. Antes de entrar no Novo, foi filiado ao PP, quando assumiu a pasta em julho de 2016, após o partido apoiar a candidatura de João Dória (PSDB) a prefeito de São Paulo. Deixou o cargo em agosto de 2017. O PP não estaria satisfeito com o desempenho dele na pasta.
Embora tenha prometido um ministério técnico, o presidente eleito indicou vários parlamentares para o primeiro escalão do futuro governo, que começa em 1º de janeiro. Eis os nomes:
Agricultura: a deputada federal Tereza Cristina (DEM). Indicada pela bancada ruralista no Congresso Nacional, é presidente da Frente Parlamentar Agropecuária.
Casa Civil: Onyx Lorenzoni. Deputado federal (DEM-RS), de 64 anos. Está no quarto mandato parlamentar e foi reeleito com 183.518 votos. Foi relator em 2016 do pacote de medidas de combate à corrupção e fez alterações no texto apresentado em plenário, descumprindo acordo com os demais colegas, sendo criticado. Em 2017, admitiu ter recebido R$ 100 mil em caixa 2 da empresa JBS para pagar dívidas de campanha de 2014. Ele alegou que não tinha como declarar o valor na Justiça Eleitoral.
Economia: Paulo Guedes. Tem 69 anos e é economista, com atuação no mercado financeiro. O seu ministério vai reunir as pastas de Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. Tem perfil liberal e defende o Estado mínimo, com a privatização do maior número possível de estatais. É carioca e se formou em Economia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com mestrado e doutorado na Universidade de Chicago (EUA).
Segurança Institucional: General Augusto Heleno. General da Reserva do Exército, tem 71 anos. Na ativa, comandou as forças de paz da ONU no Haiti e o Comando Militar da Amazônia.
Ciência e Tecnologia: Marcos Pontes, 55 anos. Foi o primeiro astronauta brasileiro a viajar para o espaço. Tenente-coronel da Aeronáutica.
Justiça e Segurança Pública: Sérgio Moro, 46 anos. Ex-juiz federal, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, em Curitiba. Pediu exoneração do cargo no mês passado para comandar o ministério. Sua prioridade será o combate à corrupção e ao crime organizado.
Defesa: General Fernando Azevedo e Silva, 64 anos. Tem um extenso currículo nas Forças Armadas. Está na reserva do Exército.
Relações Exteriores: Ernesto Araújo, 51 anos. Atual diretor do Departamento de EUA, Canadá e Assuntos Internacionais do Itamaraty, foi recentemente promovido a embaixador e nunca chefiou uma embaixada no exterior. Tem a missão de fazer comércio sem “viés ideológico”. É admirador do presidente americano, Donald Trump.
Banco Central: Roberto Campos Neto, 49 anos. Atual diretor e responsável pela Tesouraria no banco Santander Brasil. Tem mestrado em Economia com especialização em Finanças na Universidade da Califórnia (EUA), além de mestrado em Matemática Aplicada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Transparência e CGU: Wagner Rosário, 43 anos. Atual ministro da CGU, desde junho deste ano. É auditor fiscal e funcionário de carreira da CGU. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras e foi oficial do Exército.
Saúde: Luiz Henrique Mandeta, 53 anos. É deputado federal pelo DEM (MS). Integra a Frente Parlamentar da Saúde na Câmara dos Deputados. É ortopedista e foi secretário municipal de Saúde em Campo Grande (MS). É investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois durante a gestão em Campo Grande. Não tentou a reeleição este ano.
Advocacia Geral da União: André Luiz de Almeida Mendonça, 45 anos. Advogado da União desde fevereiro de 2000. Desde 2016 é assessor especial do ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União.
Secretaria Geral da Presidência: Gustavo Bebianno, 54 anos. Advogado, foi um dos maiores colaboradores de Bolsonaro na campanha. Ex-presidente nacional do PSL.
Educação: Ricardo Vélez Rodriguez, 75 anos. Professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Ele nasceu na Colômbia. Leciona Filosofia e é mestre em Pensamento Brasileiro pela PUC-RJ. Defensor do projeto Escola Sem Partido.
Secretaria de Governo: General Carlos Alberto dos Santos Cruz, 66 anos. General da reserva do Exército. Já comandou a Secretaria Nacional de Segurança Pública no Governo Michel Temer, chefiou a missão de paz da ONU no Haiti e comandou a força de paz na ONU em missão de estabilização no Congo.
Infraestrutura: Tarcísio Gomes de Freitas, 43 anos. Formado pelo Instituto Militar de Engenharia e consultor legislativo da Câmara dos Deputados. Também é ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Desenvolvimento Regional: Gustavo Canuto, 40 anos. Secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional. Foi chefe de gabinete da mesma pasta e passou pelas secretarias de Aviação Civil e Geral da Presidência da República, além da Agência Nacional da Aviação Civil.
Cidadania: Osmar Terra, 68 anos. Deputado federal reeleito pelo MDB do Rio Grande do Sul. Ex-ministro do Desenvolvimento Social do Governo Michel Temer. A pasta vai abranger as atuais de Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura.
Turismo: Marcelo Álvaro Antônio, 44 anos. Deputado federal reeleito pelo PSL de Minas Gerais. Integra a Frente Parlamentar Evangélica.
Minas e Energia: Bento Costa Lima, 60 anos. Almirante da Marinha e diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.
Mulheres, Família e Direitos Humanos: Dalmares Alves, 54 anos. Advogada de pastora evangélica. Assessora parlamentar do senador Magno Malta (PR-ES). Ficará responsável ainda pela gestão da Funai (Fundação Nacional do Índio). Já se posicionou contra o aborto, o movimento LGBT e o feminismo.
Meio Ambiente: Ricardo de Aquino Salles, 43 anos. Advogado. Foi secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo na gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Filiado ao Novo. Preside o Movimento Endireita Brasil.