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Vice de Witzel reforça compromisso de rever a taxa tributária do RJ

Cláudio Castro afirmou ainda que, na educação, existe a meta de investir no modelo militar: "a cada 20 escolas, uma pode se tornar militar"

Por Rafael Brito em 17/12/2018 às 23:54:45

Foto: Reprodução de TV Câmara

Em uma sabatina transmitida pela Rio TV Câmara na tarde desta segunda-feira (17), o vereador Cláudio Castro, vice-governador eleito do Rio de Janeiro, falou sobre os desafios, expectativas e ações da próxima gestão do estado. Jornalistas da emissoras, além de perguntas da população, questionaram sobre o que vem pelos próximos quatro anos para a saída da crise e soluções dos problemas de segurança, saúde e educação.


"Hoje pela complexidade da máquina pública, a necessidade de controle e o nível de informação das pessoas, não dá mais para ser um 'vice decorativo', o vice-governador passa a ser um aliado político do governador", respondeu Cláudio Castro, na abertura do programa, ao ser perguntado sobre a importância do seu papel.

Na primeira pergunta em que se abordou como contornar o déficit de R$ 9 bilhões previstos para 2019, o vice-governador eleito corrigiu a informação que, segundo a levantamento da ALERJ neste fim de ano para a Lei Orçamentária Anual 2019 (LOA), o déficit previsto é de R$ 6,5 bilhões. Ele aponta que o estado está muito "inchado", com muitos gastos desnecessários, como, por exemplo, aluguéis de carro, gastos com combustíveis, "cabide de empregos" e empresas públicas deficitárias. Segundo Claudio, as ações para saída é rever com rigor tudo isso.

"Precisamos evoluir dentro do governo, dando exemplo de cima para baixo: o governador e o vice governador 'cortando na carne' os gastos e privilégios desnecessários, essas ações vão sendo reproduzidas em todas as camadas".

Nos mais diversos temas, Cláudio Castro sempre batia numa mesma tecla: rever a carga tributária do estado.Para ele, ela está entre as mais altas do Brasil, o que traz como consequência altos índices de sonegação de impostos:

"Enquanto em São Paulo a evasão está em torno de 6%, no Rio nossa taxa de sonegação é de quase 30%, ou seja, quanto mais você sente que o seu imposto não volta para você, mais se resiste em pagá-lo".

Segurança

Cláudio Castro acredita que o fim da Secretaria de Segurança Pública foi um primeiro passo para despolitizar as polícias. Segundo ele, o Gabinete de Segurança como foi pensado, vai trabalhar a segurança de forma mais ampliada e integrada. As Polícias Militar, Civil e Bombeiros trabalharão de forma integrada e, para esse gabinete também já foram convidados a Polícia Federal e o Exército Brasileiro.

Ele aponta que nas últimas gestões prevaleceram as ações de repressão, motivadoras do clima de conflito constante, com policiais pior armado que os bandidos, pouco investimento em inteligência e as instituições perdidas em suas funções.

A integração entre as diversas esferas passa a ser fundamental para que, cada uma cumprindo seu papel, a PM deixe de "enxugar gelo". "O Rio não produz drogas, não fabrica armas, então se existe um problema nas fronteiras, isso passa pela integração de ações junto ao Exército e à Polícia Federal", diz.

"O governador Wilson Witzel é um especialista em segurança e estará acompanhando pessoalmente o trabalho do gabinete integrado" destacou o vice-governador eleito.

Educação

"Não vamos privatizar a UERJ!" frisou Cláudio Castro na primeira oportunidade de responder sobre educação, já no segundo bloco do programa. Ele disse que o compromisso do governo é, pelo menos, gastar o mínimo constitucional com a educação já que isso não estava sendo feito na gestão atual, com graves consequências de sucateamento, professores sem formação, atrasos salariais e equipamentos depredados.

"A equipe de transição está fazendo um estudo para analisarmos as possibilidades dentro do Plano de Recuperação Fiscal. Seria leviano eu falar agora se vamos ou não contratar professores porque isso depende do estudo que está sendo feito e do aval orçamentário da Fazenda"

Cláudio destacou o compromisso de campanha de Wilson Witzel em investir no modelo de escolas militares. "A cada 20 escolas, uma pode ser tornar militar. Num mundo tão polarizado isso regasta aqueles alunos que talvez até tenha veia militar mas por falta de incentivo perde o interesse", disse o vice de Witzel, também lembrando da promessa de investimento nas escolas técnicas.

Saúde

O vice governador eleito demonstrou otimismo com a competência do futuro secretário de saúde, Edmar Santos, ao relembrar que, sob a gestão dele, o Hospital Universitário Pedro Ernesto apresentou melhorias na aplicação dos recursos.

Cláudio contou que esteve em reunião com Edmar Santos na semana passada e este já afirmou que dá para fazer mais do que foi feito pela saúde nos últimos anos disponho do mesmo orçamento.

"O que se precisa é de uma gestão com mais eficiência e fiscalização sobre as OS. Centralizar a compra de remédios para se comprar mais barato, deixar as OS com a folha de pagamento mas revendo o porquê de um médico ganhar 20 mil outro apenas 5. Fazer uma fiscalização dura e justa para que os recursos sejam corretamente aplicados".

Foi reforçado o compromisso de WW em retomar para a responsabilidade do estado oshospitais estaduais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo Grande, ambos na Zona Oeste da cidade. Os hospitais foram assumidos pela prefeitura do Rio durante a calamidade do estado. "Nós não temos recursos para arcar com os dois hospitais mas já reforçamos com Crivella que os retomaremos, só não sabemos se até o fim da gestão dele, mas com certeza até o fim da nossa".


Esporte, Cultura, Turismo e Intolerância Religiosa

O vice-governador eleito afirmou que o governo Witzel manterá a coordenadoria de intolerância religiosa que já existe no atual governo.

"Intolerância religiosa é crime e tem que ser tratado como tal. Nosso compromisso é de copmbater duramente esse crime", disse Cláudio.

Para o Maracanã os planos são de fazer uma licitação bem feita, dentro da lei, séria e sem "já ganhou". "O Maracanã é do povo e dos clubes e vamos garantir que seja assim"

Repetindo sobre as altas taxas tributárias, apontou que elas afetam diversas cadeias produtivas, inclusive o Turismo, já sinalizado por Witzel como o novo petróleo do estado.

"Segurança é fundamental mas a carga tributária do nosso estado e muito alta. Aí temos um Galeão (Aeroporto) vazio por causa de altas taxas de combustíveis, enquanto o de Campinas pára por sobrecarga de passageiros. O Rio se tornou caro pra visitar; temos que rever a carga tributária, a segurança,
desburocratizar processos e criar um ambiente de negócios"

Cláudio Castro aponta duas vertentes de cultura que ele chama de "cultura social", de cunho mais humano, e outra que ele chama de cultura econômica, que gera receita, como os grandes eventos, shows e atividades nos museus. É esta segunda que se pretende promover.

"A cultura econômica complementa o turismo. Se o Rio não tiver atrações, pode ser o lugar mais seguro do mundo, mas não terá turistas", concluiu o vice-governador eleito.
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