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Volta à rotina

Senado aprova MP que dispensa setor privado de doar vacinas contra a Covid-19

Setor privado poderá usar até 100% dos imunizantes que compre, sem precisar ceder metade ao Sistema Único de Saúde


MP aprovada esta terça no Senado dispensa setor privado da doação ao SUS de parte das vacinas contra a Covid-19 que venha a comprar. Foto: Agência Brasil

O Senado aprovou nesta terça-feira (25) a medida provisória que dispensa a obrigação de doação de vacinas para covid-19 pela iniciativa privada para o Sistema Único de Saúde (SUS - MP 1.126/2022). A doação foi condição imposta em 2021 para que o setor privado fosse autorizado a adquirir as vacinas. A matéria, aprovada anteriormente na Câmara dos Deputados, segue agora para promulgação.

De acordo com a Lei 14.125, de 2021, que permitiu a compra dos imunizantes, as empresas deveriam doar metade do estoque para o SUS, e só depois poderiam usar a outra metade — que deveria ser aplicada gratuitamente. A MP 1.126/2022 torna desnecessária a reserva de 50%.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Senado sobre a MP dispensando o setor privado de doar ao Sistema Único de Saúde metade das vacinas compradas aos fornecedores.

O texto, ao qual não foram apresentadas emendas, foi relatado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT). Com a edição da MP 1.126/2022, o setor privado poderá utilizar a totalidade das doses de vacinas adquiridas de fornecedores, sem precisar cumprir o requisito da doação de 50% ao Sistema Único de Saúde (SUS), obrigatoriedade que se tornou desnecessária, avalia o relator.

— Registre-se que a venda desses imunizantes para o setor privado já vem ocorrendo, e algumas clínicas particulares e farmácias estão recebendo as doses adquiridas. Por fim, mesmo com o estoque garantido pelo SUS à cobertura vacinal, a rede privada poderá operar em complementariedade ao sistema público, atuando como mais uma alternativa de vacinação contra a covid-19”, ressalta Wellington Fagundes em seu relatório.

Serviços de saúde privados podem retomar livre funcionamento

Na leitura do seu relatório, Wellington ressaltou que a regra do artigo 2º da Lei 14.125, de 2021, revogado pela MP, configurava uma restrição (adequada e proporcional, porém excepcional) à prestação livre do serviço de saúde pela iniciativa privada. Agora, desaparecendo o motivo da restrição à livre iniciativa — fundamento da República e da ordem econômica, mas que obviamente sofre mitigações quando se trata de matéria de interesse público, como a saúde —, impõe-se a retirada dessa limitação, afirmou.

O relator destacou ainda que a proposição que deu origem à Lei 14.125, de 2021, (o PL 534/2021, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, foi apresentada antes que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tivesse concedido registro para qualquer vacina contra a covid-19. Na ocasião, a norma em que ela se transformou permitiu que os entes federados constituíssem garantias ou contratassem seguro privado, nacional ou internacional, para a cobertura dos riscos relativos à imunização, uma exigência dos fabricantes Pfizer e Janssen, cujo cumprimento abriu caminho para a compra de vacinas no país, afirmou Wellington.


Após a leitura do relatório, Wellington Fagundes manifestou solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos.

O senador Confúcio Moura (MDB-RO), por sua vez, ressaltou que a lei revogada pela MP foi amplamente debatida pela Comissão Temporária de Acompanhamento da Covid-19, que ele presidiu, a qual foi a única que funcionou presencialmente no Congresso Nacional durante a pandemia.

Rodrigo Pacheco destacou que a lei revogada pela MP foi importante para o combate à pandemia.

— Foi uma resposta do Senado Federal para que se pudesse, naquele momento, ser adquiridas as vacinas da Pfizer, da Janssen — afirmou.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) saudou a atuação do SUS no combate à pandemia e disse que não houve adesão alguma da iniciativa privada na aquisição das vacinas.

Doses disponíveis no Brasil cobrem população-alvo acima de 12 anos com esquema completo

Na exposição de motivos apresentada pela equipe governamental, o cenário atual de vacinação no país atingiu o patamar de envio de doses suficientes para contemplar 100% dos grupos prioritários e a população-alvo de 12 anos ou mais com esquema vacinal completo, assim como 100% da dose adicional dos imunossuprimidos.

O Executivo argumenta ainda que se encontra em curso a vacinação com dose de reforço para toda a população acima de 18 anos, além da imunização de crianças acima de 5 anos e da aplicação da segunda dose de reforço (quarta dose) para a população acima de 70 anos.

Segundo o governo, há cerca de 70 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 em estoque, “o que traz segurança para a continuidade da vacinação no Brasil adicional aos contratos já assinados para o ano de 2022”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado


Agência Senado e Rádio Senado

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