O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participa, nas próximas quarta (16) e quinta-feira (17), da COP27 das Nações Unidas, a Conferência Mundial para deter e lidar com as consequências da mudanças climáticas.
Na quarta-feira (16), Lula participa, às 11 horas (horário local do Egito) do evento “Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática”, junto com os governadores Antônio Waldez Góes da Silva, do Amapá, Gladson de Lima Cameli, do Acre, Mauro Mendes, do Mato Grosso, Helder Barbalho, do Pará, Wanderlei Barbosa , do Tocantins, e Marcos Rocha, de Rondônia.
Às 17h15 (hora local), Lula faz seu pronunciamento na COP27, na área da ONU (Blue Zone).
Na quinta-feira (17), às 10 horas (hora local), Lula se encontra com representantes da sociedade civil brasileira, no Brazil Hub, e, às 15 horas (hora local), com o Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.
Na sexta-feira, Lula segue para Portugal, onde tem encontro com autoridades portuguesas e de onde retornará, no fim de semana, para o Brasil.
A agenda externa intensa, com dez convites para encontros bilaterais, desde antes da posse, reflete a prioridade conferida pelo governo eleito á diplomacia, incomum na história recente do Brasil. Em entrevista à Rede Nova Brasil FM, na reta final para o segundo, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a reconstrução do Brasil, que hoje está totalmente isolado do mundo, passa também pela retomada das relações com os demais países, numa política internacional que deve ser ativa e altiva.
“O Brasil tem que se abrir, negociar com a União Europeia, negociar com a América Latina e a América do Sul. O Brasil precisa ser respeitado pelos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, ser respeitado pela Bolívia. Não queremos falar fino com os Estados unidos e não falar grosso com a Bolívia. Nós queremos falar em igualdade de condições com o pequeno e com o grande”, disse, sinalizando também possibilidade de parcerias estratégicas com países como Estados Unidos e China e criticando o fato de hoje o presidente Jair Bolsonaro não conversar com ninguém.
Lula afirmou que é preciso pensar no Brasil do futuro, com economia efetivamente grande para que o país possa disputar internacionalmente na produção e na comercialização de seus produtos. “E aí vamos ter que fazer muito investimento em educação, muito investimento em ciência e tecnologia, investimento em engenharia. Investir na engenharia digital para o Brasil ser competitivo. A gente não pode ficar nas mãos da briga entre Estados Unidos e China. O Brasil tem que entrar nessa disputa como país grande”.
Segundo o ex-presidente, nas relações com os demais países, independentemente dos seus contextos políticos, o que guiará o Brasil, enquanto Estado soberano, é o interesse estratégico. “O Brasil respeita a autodeterminação dos povos. Não queremos que ninguém se meta na nossa política nem queremos nos meter na política de ninguém. O que a gente quer é defender os interesses do Brasil”.