A devolução dos funcionários do Regime Jurídico Único (RJU) da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para os órgãos de origem foi abortada nesta quinta-feira (31/01) pela manhã. Estes servidores tornaram-se estáveis desde 5 de outubro de 1988, caso fossem de matrícula ativa, mesmo que não tivessem ingressado por concurso. A suspensão alcançaria 29 RJUs da Empresa Brasil de Comunicação (EBC - Rádio MEC, Rádio Nacional e TV Brasil), dos quais parte deles já havia recebido a nova ordem.
Ontem (30/01), ao receber a Comissão de Empregados da EBC e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, o chefe de gabinete da Presidência da EBC, Geraldo Ferreira, apresentou a devolução como uma decisão fechada e não atendeu as ponderações dos sindicalistas. Porém, o ato foi suspenso um dia depois de anunciado, sem explicações oficiais, sobre as duas medidas. Informações oficiosas que circulam na EBC dão conta de que a suspensão alcançaria cerca de mil funcionários cedidos de outros órgãos. A questão afetaria duramente a TV Brasil no Maranhão, onde duas coordenações extintas foram ocupadas por interinos.
No Rio, o exemplo de maior repercussão da baixa provocada pela saída dos RJUs foi o Sem Censura, uma das maiores audiências na TV Brasil, décima colocada entre as redes abertas no país. Há 34 anos no ar, o programa está sendo reprisado, pois a apresentadora titular, Vera Barroso, e a suplente, Katy Navarro, tinham sido avisadas da devolução. A maior parte da produção do programa, na grade desde que o Canal 2 do Rio era a TV Educativa, é de funcionários cedidos por outros órgãos. Parte dos funcionários que seriam devolvidos já haviam, inclusive, encaminhado mensagens aos colegas agradecendo o convívio e lembrando a trajetória na casa.