A temperatura elevada, com sol forte e céu limpo, reforçam a alegria de torcedores que, a todo momento, cantam músicas e o hino de seu clube de coração. O entusiasmo da torcida se espalhou por uma área extensa, em torno do quiosque Buenos Aires, que tem argentinos desde o dono e o gerente aos garçons e pessoal da cozinha.
“Muita gente está esperando aqui no quiosque que foi colocado como ponto de encontro, porque é um quiosque argentino. Esperamos que não tenha confusão e nenhum problema com a gente. A ideia é que seja uma festa. Quem está chegando à cidade tem que ir para um lugar, que acho que será um lugar seguro, [com] todo mundo junto e não por toda a cidade”, disse à Agência Brasil o dono do quiosque, Gabriel de Marco.
O movimento é tão grande que de Marco teve que multiplicar por 3 a quantidade de produtos oferecidos. Para facilitar o atendimento e diminuir o tempo de preparo, reduziu o cardápio a menos opções. Nesses dias estão oferecendo sanduíches de carne e frango à milanesa, hambúrgueres e batatas fritas. Para beber, cerveja, refrigerantes e água, que lotam dois freezers grandes do lado de fora do quiosque. “Tivemos que fazer um reforço, três vezes mais”, afirmou.
Sobre o resultado do jogo, ele disse que a expectativa é a esperada. “O jogo é diferente, é uma final. Acho que o Boca chega melhor, mas é uma partida, uma final da Taça Libertadores. Pode ganhar qualquer um, deve-se olhar para a partida. O melhor vai ganhar."
Por causa do esquema de segurança para a final, o jogo não terá transmissão pela televisão no quiosque. “Aqui a Orla Rio não está permitindo passar o jogo para não ter confusão de gente do Brasil e gente da Argentina”, informou.
Argentinos
Ao lado de Brenda, estava Romina Peralta. A disposição do grupo é permanecer uma semana na cidade. Amanhã estarão no Maracanã. “Sim, temos entradas”. A expectativa não poderia ser outra: "vitória do Boca: 2x0, sem dúvida alguma".
Esquema
No fim da manhã desta sexta-feira, o comandante da Guarda Municipal do Rio, inspetor-geral José Ricardo, afirmou que o clima na praia estava bom. “Copacabana está muito tranquila. Temos conversado com os argentinos. Agora mesmo vou caminhar com eles aqui até a Praça do Lido”, disse à reportagem. José Ricardo acrescentou que também deu informações a alguns argentinos que queriam conhecer o Cristo Redentor.
O comandante reconheceu que alguns problemas podem surgir, mas garantiu que o esquema montado pela prefeitura do Rio deixou a cidade preparada para os eventos deste fim de semana. “Claro que as eventualidades acontecem, mas a prefeitura e a própria Polícia Militar estão prontas para intervir, se for o caso.”
Tumulto
Ontem à tarde, uma confusão entre torcedores do Boca Juniors e do Fluminense atrás da Fan Fest montada em frente ao Hotel Belmont Copacabana Palace, resultou em ação de policiais militares que usaram até balas de borracha e de gás para dispersar as pessoas do local.
À noite, voltou a ter confusão, e torcedores do Fluminense chegaram a reclamar de expressões racistas por parte dos argentinos. Ao fim, nove pessoas foram levadas para a delegacia de Copacabana, mas todos foram liberados depois de prestar depoimento.
“Houve, e foi logo dispersado, tanto pela Polícia Militar quanto pela Guarda Municipal”, comentou o comandante.
“Hoje o clima é de festa. Los hermanos [os irmõs] são muito divertidos, vieram aqui para aproveitar, e a cidade está de braços abertos para acolhê-los”, concluiu o inspetor-geral.
Para evitar transtornos no trânsito, o planejamento da prefeitura do Rio inclui ainda o uso da área do Terreirão, no centro da cidade, para o estacionamento de ônibus e, perto de lá, no Sambódromo, para a permanência de motorhomes. Esse esquema foi utilizado também durante os Jogos Olímpicos de 2016.
Agência Brasil