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Combate à doença

Rio declara epidemia de dengue com registro de mais de 10 mil casos da doença na capital

Número representa 44,2% do total de incidência da doença em todo o ano de 2023


Foto: Agência Fiocruz

Com mais de 10 mil casos de dengue registrados somente em janeiro, o que representa 44,2% do total de incidência da doença em todo o ano de 2023 – cerca de 22.900 casos - a Prefeitura do Rio declarou, nesta sexta-feira (02), epidemia de dengue no município. O anúncio foi feito pelo Prefeito Eduardo Paes e o Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, que apresentaram, em uma coletiva de imprensa realizada no Centro de Operações Rio, o relatório epidemiológico da Dengue e as ações da Prefeitura que visam combater a doença.

Segundo Soranz, os registros de dengue na cidade costumam aumentar nos meses de abril e maio. No entanto, houve um crescimento atípico no primeiro mês deste ano e há indicativos de que o cenário pode se agravar. Em janeiro, 362 pessoas foram internadas com diagnóstico de dengue, o que significa uma marca histórica desde o início do monitoramento da doença no Rio. As áreas com maior incidência da doença são os bairros de Campo Grande e Guaratiba, na Zona Oeste.

O Prefeito Eduardo Paes também anunciou medidas semelhantes às adotadas no período da pandemia para enfrentar a explosão de casos de dengue, que começam a ser executadas a partir da próxima segunda-feira (05). De acordo Paes, serão instalados 10 pontos de atendimento aos pacientes com dengue, além de 150 centros de hidratação e 20 leitos disponíveis no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte, para acolher os casos graves da doença.

Neste mês de fevereiro, a Prefeitura deve iniciar a imunização contra a dengue em crianças e adolescentes na faixa de 10 a 14 anos. A estimativa é que 354 mil pessoas, aproximadamente, sejam vacinadas. A efetividade da vacina em adultos será analisada a partir de um estudo desenvolvido com a participação de moradores voluntários de Guaratiba, entre 20 e 40 anos.

Ao anunciar as medidas de combate à dengue, o Prefeito do Rio destacou a importância da mobilização da população no sentido de acabar com os focos do mosquito Aedes Aegypti. Os dados do relatório apresentado nesta sexta revelam que, a cada três registros de doença, dois tiveram como vetor de contaminação algum foco do mosquito presente na própria residência do paciente.

Segundo a Prefeitura do Rio, o aumento de casos de dengue no município pode ter como fatores o maior volume de chuvas, as temperaturas elevadas e a circulação simultânea de três tipos do vírus da dengue na capital, o que é inédito.

Panorama estadual

Essa semana a Secretaria Estadual de Saúde divulgou o seu Panorama da Dengue. A publicação destaca que nas quatro primeiras semanas do ano, o Rio teve 17.437 casos prováveis de dengue, enquanto que, em 2023, foram 1.441 casos nesse mesmo período. Dos 92 municípios fluminenses, 14 estão com taxa de incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes. Na Região Metropolitana, a estimativa de registros da doença é dez vezes maior que o esperado. Ainda segundo o relatório do Estado, duas mortes já foram confirmadas até final de janeiro: a de uma mulher de 98 anos, em Itatiaia, no Sul Fluminense, e a de um homem de 33 anos, em Mangaratiba, na Costa Verde.

A taxa de positividade dos exames realizados pelo Laboratório Central Noel Nutels, da rede estadual, apresentou variação de 35% para 33%, também em janeiro. Na semana passada, o Governo Estadual colocou em prática ações voltadas para o controle e combate da dengue. As medidas incluem a compra de equipamentos e insumos para os municípios que estão registrando um número maior de casos da doença. Estão sendo investidos pelo governo R$ 3,7 milhões com essas estratégias de saúde. A gestão de Cláudio Castro anunciou, em conjunto, iniciativas semelhantes às que foram adotadas no período da pandemia. Em nove hospitais de referência do estado, 160 leitos foram colocados à disposição para o tratamento da dengue, além do treinamento oferecido a dois mil médicos de emergências e profissionais de saúde em todos os municípios, para que possam atuar de forma mais especializada no diagnóstico e tratamento da doença.

Em janeiro, o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) lançou uma cartilha de verão. A versão digital destaca medidas importantes para o combate à dengue.

Assista, no vídeo, as recomendações do clínico geral Cesar Figueiredo, conselheiro do Cremerj.


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