Preservacionistas denunciam descaso com patrimônio público

As precárias condições da igreja Nosso Senhor do Bonfim chamaram a atenção do jovem preservacionista Junior Rangel que fotografou a deterioração constante da fachada da igreja centenária, localizada na região portuária do Rio. As fotos foram encaminhadas ao arqueólogo e preservacionista Cláudio Prado de Mello que imediatamente acionou autoridades competentes, cobrando providências.

Cláudio Prado informou que entrou em contato com a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (DELEMAPH) e o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) via telefone e e-mail. Segundo Claudio, a delegacia confirmou o recebimento da denúncia e das fotos e iriam encaminhar ao delegado responsável para encaminhar as investigações. Já o IRPH, órgão municipal responsável por proteger e promover o Patrimônio Cultural do Município do Rio de Janeiro se pronunciou através gerente de patrimônio do instituto, André Zambeli, informando que entraria em contato com a DELEMAPH e tomariam devidas providências.

O arqueólogo também encaminhou a denúncia aos procuradores do Ministério Público do Rio; ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e ao INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural). Além, dos Conselhos Municipal de Cultura e Estadual de Tombamento, os quais ele é membro conselheiro.

“Todas as autoridades e todos que deveriam saber dessa situação já estão sabendo. Agora é aguardar a movimentação deles e esperar que a polícia vá até lá e esperar que solução vão dar e qual será o andamento jurídico e criminal do caso”, explicou Cláudio.

Preservacionistas

Os preservacionistas, segundo Cláudio Prado, são um grupo de cidadãos comuns interessadas na preservação do patrimônio. São pessoas de diversas áreas de atuação que fazem mutirões de limpeza de fazendas, denunciam furtos e abandonos de locais públicos e tombados e denunciam aos órgãos competentes.

A igreja Nosso Senhor do Bonfim

A igreja da Irmandade do Nosso Senhor do Bomfim e Nossa Senhora do Paraíso foi construída em 1850, em um terreno doado pelo imperador Dom Pedro II, na Rua Bonfim, próximo à Avenida Brasil. Tombada em 2007, a igreja está completamente abandonada, com relatos de queda de pedações de rebocos em cima dos fiéis que ainda frequentavam a igreja. Segundo denúncias, o altar não tem mais peças sacras, que já foram roubadas e as paredes estão em ruínas, o que causou a interdição pela Defesa Civil. Em Outubro do ano passado, bandidos tentaram roubar o sino de mais de um a tonelada, que ficava em uma das torres e outro sino, já tinha sido levado em 2016.

A igreja é de responsabilidade da Ordem, que não foi localizada até o fechamento desta matéria. E o IRPH não retornou nosso contato.