A Polícia Espanhola prendeu nesta terça-feira, no aeroporto de Sevilha, com 39 quilos de cocaína, um membro militar em aeronave da Força Aérea Brasileira utilizado pelo Presidente Jair Bolsonaro para viagens internacionais.
A prisão ocorreu quando a aeronave fez uma parada de cerca de duas horas para reabastecer. Jair Bolsonaro estava em outro avião, que rumou para participar da reunião do G-20, celebrado na capital japonesa. O Ministério da Defesa emitiu uma nota confirmando a prisão do militar por tráfico de drogas. Bolsonaro também publicou um tweet confirmando o ocorrido.
A prisão ocorreu durante uma ação rotineira de verificação de bagagens e tripulantes, realizada pela Polícia Espanhola. O detido, um militar da aeronáutica de 38 anos, ainda não identificado, desceu do avião com uma mala suspeita. "Os agentes espanhóis desconfiaram da ação do militar brasileiro, e ao revistar a bagagem, encontraram 37 pacotes de pouco mais de 1 quilo de cocaína. Eles não foram sequer camuflados entre as roupas". Disse em nota o Aeroporto de Sevilha.
Após a sua detenção, o militar foi transferido para os escritórios do Comando de Montequinto, em Andaluzia, também na Espanha. Nesta quarta-feira (26), ele será julgado por tráfico internacional de drogas e crime contra a saúde pública. A Polícia Espanhola investiga agora qual era o destino final da cocaína.
O avião da Força Aérea Brasileira partiu com o resto da tripulação na mesma tarde de terça-feira para o Japão. O Ministério da Defesa do Brasil afirma em seu comunicado que "repudia a ação do militar, e que colaborará com as autoridades espanholas na investigação". Bolsonaro anunciou em sua conta no Twitter que determinou ao Ministério da Defesa, uma "colaboração imediata" com a polícia espanhola.
Não é a primeira vez que membros da Força Aérea Brasileira usam seu status militar para traficar narcóticos. Em abril do ano passado, o Superior Tribunal Militar decretou a expulsão do Exército de um tenente-coronel por seu envolvimento no transporte de 33 quilos de cocaína que foram interceptados no aeroporto de Las Palmas de Gran Canaria, nas Ilhas Canárias, também na Espanha, em 1999.
A aeronave pousou no aeroporto enquanto estava a caminho da França. Dois outros soldados envolvidos já haviam perdido seu status militar neste caso. O tenente-coronel foi condenado a 16 anos de prisão por fazer parte de uma "rede especializada no tráfico internacional de cocaína" com a assistência de aeronaves da Força Aérea Brasileira.