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Sucesso das páginas do livro para o cinema: “Um Lugar Bem Longe Daqui” é uma ótima sessão

Cinestesia, Por Gabi Fischer, Cineasta e Produtora

Em 08/06/2024 às 08:02:13

“Um Lugar Bem Longe Daqui” é a adaptação de um livro de sucesso. Com lançamento em 2018, a editora primeiro apostou em 25 mil tiragens e o sucesso levou a 12 milhões de cópias vendidas. Então, o trajeto nos holofotes só continuou, já que o livro entrou para o Clube do Livro da Reese Witherspoon e direitos para a Hello Sunshine.

É interessante destacar que o romance é a estreia da autora Delia Owens na ficção. Aos 70 anos, ela criou um drama misturado a crime que colocou seu título como um best-seller. A personagem tem semelhanças com sua criadora, como a paixão pela natureza, já que é formada em zoologia na Universidade da Geórgia, e também publicou livros sobre o mundo selvagem. Além disso, Delia também teve em sua vida um caso de assassinato ainda em aberto, mas isso é papo para outra hora.

A crítica sempre positiva sobre o livro, com vendas acima de Margaret Atwood e Stephen King, o colocaram como “uma carta de amor para crescer no Sul” e chegou a também chamar atenção de Taylor Swift, que escreveu a música “Carolina” para o filme.

Infelizmente esqueci na minha lista, demorei bastante para assistir ao longa-metragem e agora, com o erro reparado, quero muito ler o original. Logo no plano de localização inicial, a beleza do filme me sugou. Já dentro do universo, a atriz Daisy Edgar-Jones me deu toda a confiança que eu precisava para conhecer essa história. Sua construção da protagonista merece todos os elogios, pois criamos uma empatia imediata com ela e curiosidade sobre essa menina do brejo, que teve uma infância marcada por violência, abandono e, até o presente, convive com o julgamento da sociedade.

A direção de Olivia Newman consegue destacar os detalhes e nuances, seja sobre a atuação de Daisy ou dos cantos dessa natureza. Dessa forma, estamos confortáveis dentro desse mundo e curiosos para acompanhar esse drama, romance e mistério. Utilizando o clássico flashback, o filme confirma que o que queremos é acompanhar Kya, conhecê-la, enquanto estamos no julgamento do crime.

Nesse ponto, preciso confirmar que o filme não se desenvolve ou aproveita bem a construção sobre essa corte. Acredito que esse esvaziamento seja muito pela aposta do holofote da protagonista e que coloca totalmente o espectador como seu cúmplice, o que deixa poucas brechas para questionarmos. Dessa forma, perdemos os coadjuvantes, que mereciam maior desenvolvimento e interação para dar o suporte à protagonista. Eles poderiam ser melhor explorados e desenvolvidos, assim como as evidências apresentadas, mas é a máxima: inocente até que se prove o contrário. É preciso destacar que há uma cena de tela verde que dá até uma leve dor nos olhos e talvez tenha sido filmada depois, fora do orçamento (não sabemos), mas que dá uma quebra gigantesca em toda a beleza do filme.

Kya me conquistou, me fez sua cúmplice ganhou uma empatia e meu voto de confiança. Fiquei encantada em conhecer sua história e sua autonomia. Tenho certeza que, para muitos, pode ser um filme lento, mas me colocou no ritmo certo, com calma, para aproveitar essa narrativa, tanto que fiquei curiosa para ir às páginas do livro. Por toda essa conexão e boa sessão, precisei me deixar levar pela emoção e deixar uma ótima avaliação. Não é perfeito, claro, mas me proporcionou uma ótima jornada.

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