A pesquisa IPEC de junho de 2023 trouxe resultados preocupantes para o governo Lula. Segundo o levantamento, a popularidade do presidente caiu em relação aos meses anteriores, de 41% para 37%, e agora está em seu patamar mais baixo desde o início do mandato.
Ainda mais alarmante é o fato de que a queda de popularidade ocorre em meio a uma crise política.
Se Lula não conseguir reverter essa tendência nos próximos meses, seu governo estará em sério risco de enfrentar uma crise política grave. Nesse sentido, o protagonismo de Artur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, é fundamental. Lira tem atuado como uma espécie de "fiador" do governo, buscando articular a base aliada e evitar que o presidente enfrente outras formas de oposição mais intensas.
Porém, nem todos os atores políticos estão alinhados com o governo. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem se destacado como um herdeiro do bolsonarismo. Freitas, ex-ministro da infraestrutura do governo Bolsonaro, está tentando se posicionar como uma alternativa à esquerda e ao centro político, com discursos que misturam pautas liberais com valores conservadores e da extrema direita.
Jair Bolsonaro segue se desmoralizando aos olhos da opinião pública. O ex-presidente, que ainda tem uma base de apoio fiel nas redes sociais, está perdendo credibilidade com cada vez mais setores da sociedade, que enxergam em sua gestão um retrocesso político e social. Estamos presenciando, assim, um xadrez político em que as peças se movem com intensidade e uma determinada previsibilidade, e cujo resultado ainda é incerto até dezembro de 2023.