Muitos são os mitos que envolvem a Dislexia. Ao contrário do que se pensa, ela não é causada pela falta de inteligência. Também não se pode afirmar que o dislexo enxerga as letras ou palavras ao contrário. Enfim, é uma condição neurológica permanente, um tipo de transtorno de aprendizagem específico que afeta a leitura, a escrita e, frequentemente, a ortografia. Ela não está ligada à inteligência da pessoa, mas sim a desafios específicos no modo como o cérebro processa a linguagem, gerando uma dificuldade de reconhecimento do padrão de desenvolvimento da fala, soletração e dicção fluente das palavras.
Seu desenvolvimento é neurobiológico e decorre do aparecimento de um déficit de aspecto fonológico da linguagem que, muitas vezes, são divergentes com a idade e habilidades cognitivas do indivíduo. Portanto, é uma condição genética hereditária. Por isso, a necessidade de cuidado no momento da classificação da dislexia, pois ela não é uma má alfabetização ou desatenção. Dislexos podem atingir níveis normais e até elevados de inteligência, apesar do enfrentamento de dificuldades específicas com o processamento linguístico.
A Neurociência mostra a importância da compreensão neuropsicológica do transtorno que afeta, principalmente a população em idade escolar, por se tratar de uma disfunção neurológica, com apresentação de sintomas que vão além da dificuldade de aprendizagem. Também pode manifestar-se através da descoordenação motora, déficit de atenção (com ou sem hiperatividade), alterações do comportamento, perturbação do humor, etc.
Para superar essas dificuldades, o tratamento precisa ser focado na melhora da disfunção neurológica que existe na Dislexia. Estimulando o raciocínio, a concentração e a memória, funções que podem estar afetadas nesta condição. Além disso, a contribuição do equilíbrio da saúde mental vai garantir a estabilidade emocional e a melhora da autoestima que, em determinadas situações, são fundamentais para o bem estar psicológico de quem padece com o diagnóstico.
As ferramentas utilizadas por profissionais de saúde mental, aliados a educadores e familiares, são imprescindíveis para transformar os desafios em superação. Além disso a compreensão neurológica oferta o mapa das diferenças cerebrais que afetam o processo de linguagem e direciona a intervenção terapêutica, garantindo apoio emocional de qualidade e o desenvolvimento de estratégias de ensino para vencer os enfrentamentos acadêmicos.
Portanto, a Dislexia é um condição que pode ser amenizada através do diagnóstico e da avaliação precoce. A criação de ambientes inclusivos e adaptados às necessidades individuais também é fundamental para agregar as intervenções necessárias e gerar conforto e acolhimento ao indivíduo. O importante é gerar meios que minimizem os impactos a longo prazo e potencializem o desenvolvimento saudável da criança, oferecendo a ela a capacidade de desenvolver habilidades para superar seus próprios desafios. Afinal, apesar de não ter cura, a Dislexia pode apresentar excelentes resultados através de uma boa conexão entre saúde mental e cuidados neuropedagógicos adequados.