Eu diria que a vida é uma viagem de ônibus e que nós somos os passageiros: às vezes viajamos só, às vezes temos a sorte de uma boa companhia. A viagem de alguns são mais curtas e de outros mais longas. Alguns descem mais cedo. Outros chegam ao ponto final.
Às vezes sentimos necessidade de mudar de lugar. Às vezes adormecemos para o caminho parecer mais curto. Outras vezes só estamos cansados demais. Em alguns momentos nos parece uma boa ideia um pouco de papo furado com um desconhecido. A verdade é que o que importa mesmo é o desejo de chegar a algum lugar. Seja só ou acompanhado na viagem. No ônibus. Na vida.
E é sobre isso. Quem disse que, às vezes, estar só também não é efeito sorte?
A mensagem de hoje é um pedido: devemos sim parar de eternizar aquilo que tem prazo de validade. Relações têm prazo de validade. Acredito que quando anunciamos um ‘‘para sempre’’ está mais compatível a memórias, momentos, fotos... Não a pessoas. E, com isso, não quero dizer que nós deixamos de ser importantes para um grupo, mas com o tempo o pódio sofre alterações. É um fato. Eu também achava que não, achava que manteria para sempre as mesmas amizades no mesmo grau de importância e que isso seria recíproco, afinal lá na adolescência juramos assim. E é a partir dessa expectativa que surge a decepção. É quase inviável cumprirmos promessas tão antigas que ultrapassam limites o qual não sabemos a possibilidade de sustentarmos. Não há um culpado se a vida é feita de ciclos, mas às vezes alguns se dedicam mais do que outros para manter relações duradouras e então surgem dois problemas: a falta de reciprocidade, que torna a relação zero saudável, e o fato de talvez você estar se dedicando mais ao outro do que a você mesmo. Às vezes precisamos sentar sozinhos no assento duplo do ônibus e refletir.
Às vezes não faz sentido alguém sentar ali ao lado. Prometer sentir para sempre um sentimento antigo pode custar muito caro. Não me importo com o pleonasmo agora, sentir um sentimento mesmo, com todos os sentidos que existem nessa palavra, com todas as letras.
Na carta 8 do meu livro ‘’Cartas de uma Garota Aleatória’’ escrevi ‘’Ninguém é motivo para sua felicidade senão você próprio. Jamais permita que a sua felicidade dependa de algo ou alguém. Você é inteiramente amor, que esse amor comece dentro. [...]
Apenas somos capazes de amar o outro se antes estivermos transbordando o amor que há em nós por nós.’’
Já pensou nisso? Quando você lista suas prioridades, em qual posição você se coloca?
Por que estamos sempre ultrapassando nossos limites em prol de outras pessoas que muito provavelmente nem fariam o mesmo por nós? Por que podemos ser substituíveis e os outro não?
Alguns ciclos precisam ser encerrados, termine aqui relações que não lhe cabem mais. Refaça seu pódio. Reveja lista de prioridades. E, principalmente, respeite seus sentimentos. Afinal, você pode viver sem o afeto dos outros, mas não pode viver seu o seu.
Seja bem vindo à Estação da Liberdade.
Liberte-se!
Até o próximo texto!
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