Tem gente que diz que mãe é tudo igual. Não é. O que é igual é a intensidade com que amam. A capacidade de estar presente mesmo quando estão longe. O radar invisível que detecta febre antes do termômetro, tristeza antes das lágrimas, mentira antes da frase acabar.
Mãe não é tudo igual. Algumas são falantes, outras silenciosas. Umas são afeto em forma de colo, outras em forma de conselho duro. Há mães que escrevem mensagens com emojis e mães que escrevem pouco, mas sentem muito. Muda a forma, mas não muda a essência: a de colocar o filho em primeiro lugar, mesmo que isso às vezes doa.
O que une todas é essa entrega que dispensa holofotes. Não há salário, não há férias, não há reconhecimento formal e ainda assim elas seguem. Mães se reinventam, erram, aprendem, e continuam ali. Firmes. Mesmo quando frágeis.
Ser mãe é uma espécie de dom que não se ensina em curso, não se aprende em tutorial. É aprendizado na marra. É lidar com culpa sem ter cometido crime. É sentir-se insuficiente mesmo dando tudo de si. E, ainda assim, continuar. Porque mãe não se aposenta.
No universo integral das multitarefas, do cansaço crônico, das pressões invisíveis, ainda há mães inventando tempo onde não existe. Se dividindo em mil para que os filhos possam ser inteiros. É bonito de ver. E mais bonito ainda quando elas conseguem voltar a ser mulheres também: com seus próprios desejos, medos e vontades. Porque mãe não é só mãe, embora muitas vezes esqueçam disso.
É curioso como a maternidade transforma uma mulher sem trocar sua identidade. Ela continua sendo a filha, a amiga, a profissional mas tudo se ajusta, se molda, para caber aquele novo papel que, sem pedir licença, passa a ser o mais importante. Mãe vira verbo. Mãe vira sustento emocional. Mãe vira raiz.
Ontem dedicamos um instante para homenageá-las, mas vale lembrar que melhor que frases prontas é a presença, a escuta, a gratidão que não se esconde atrás de um presente bonito, mas se revela em atitudes do dia a dia.
Porque mãe não precisa de perfeição. Só precisa de reconhecimento. E de um pouco de paz. Porque mesmo quando tudo dá certo, ela ainda acha que podia ter feito melhor. É um clássico entre elas...
Então, mais do que um dia no calendário, que a gente aprenda a cultivar o olhar diário: aquele que repara, que agradece, que alivia o peso da cobrança e devolve um pouco de cuidado a quem cuida tanto.
E, acima de tudo, as mães merecem ouvir — sem precisar perguntar — que foi, sim, suficiente. E mais do que suficiente: foi essencial.
Feliz mês das mães!
Até o próximo texto!
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