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Prêmio Shell reconhece os melhores artistas de teatro do ano

Olhar Teatral, Por Paty Lopes, Crítica Teatral

Em 23/03/2023 às 11:11:51

À convite do assessor de Imprensa Pedro Neves, a imprensa estava no balcão nobre do Teatro Riachuelo no Prêmio Shell. Os críticos estavam lá, aplaudindo a cada premiação: Wagner Corrêa, Tânia Brandão, Gilberto Bartholo, uma celebração importante para nós que acompanhamos de perto os artistas de teatro.

Marisa Orth apresentou o evento, mostrando sua espontaneidade e comicidade. Ela é única! Ao lado dela estava Verônica Bonfim. A atriz e cantora enfeitiçava por sua beleza e simpatia. Excelente dueto.

Foram homenageadas Teuda Bara e Léa Garcia. Pareciam duas meninas no palco, conversando sobre a iluminação da premiação. Aplaudidas e reconhecidas como devem ser, um momento memorável.

A festa contou com as apresentações da Cia da Barca dos Corações Partidos e também do Grupo de Teatro Galpão, de Minas Gerais, ambas contagiantes!

Quanto à premiação, o Prêmio Shell uniu Rio e São Paulo em uma festa só, o que nos ofereceu a oportunidade de ouvir histórias lindíssimas, como a do ator Clay Nascimento, que deixou em evidência a dificuldade que é fazer teatro no Brasil sem patrocínio. É o caso do seu espetáculo "Macacos", uma história que se resume em fé e coragem para os novos e velhos fazedores de teatro.

Algumas premiações eram bem aguardadas e outras foram inesperadas.

"A Jornada de um Herói", por exemplo, levou o prêmio de Iluminação com o artista Alexandre Gomes. Confesso que fiquei surpresa, ele concorria com espetáculos aprovados pelo público e pela crítica. Assisti à obra através do Festu (Festival de Teatro universitário), comandado por Felipe Cabral. Desde então, percebi ter algo diferente naqueles meninos da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro e eu não estava errada. O espetáculo é lindo, mereceu a indicação. A história desse grupo tem alguns anos, mas agora a jornada desses heróis ganha mais força. Estamos na torcida!

O artista Marcio Abreu levou o troféu de Melhor Dramaturgia. Ele é diferente e totalmente irreverente, atua com maestria no campo das questões de gênero.

Dione Carlo ganhou o prêmio de Dramaturgia de São Paulo. Ela trabalhou durante a pandemia, mostrou-se impactante em suas obras. Inclusive, “Cárcere ou porque as mulheres viram búfalos" é considerada uma das peças imperdíveis do festival! Dione executou sua obra com a garantia de quem sabe fazer.

Maria Orth falou sobre a importância da dramaturgia, assim como Fabio Porchat em seu Prêmio de Humor, na semana que antedeu essa premiação.

O que parecia ter unanimidade no Rio foi a torcida do querido figurinista Wanderley Gomes, premiado pela segunda vez. Assim como Clay Nascimento, contou sua história com o teatro, com quarenta anos de entrega. O prêmio chegou através do seu trabalho em "Vozes Negras", esse dirigido por Gustavo Gasparani, um artista imenso do teatro brasileiro. Wanderley é um homem do teatro. Mesmo tendo uma mala pesada, está sempre nos teatros, assistindo obras dos colegas do seu ofício, aprendendo, um grande exemplo a ser seguido.

Claro que minha torcida era dele. Deixei isso claro e vibrei com a justa premiação. Wanderley foi além do que podíamos imaginar com seus feitos nesse trabalho.

Vera Holtz levou a estatueta de melhor atriz. Não podia ser diferente, me uno à frase de Vilma Melo, primeira atriz negra a ganhar o prêmio em uma das edições, e também indicada: "ela transcende no palco". É aquilo: quem sabe, sabe! Quem assistiu "Ficções" pode ver um trabalho impactante e belíssimo. Vera se entrega e atua visceralmente. Ela está na plateia e a plateia nela, há conexão. O resultado só podia ser esse!

Como o prêmio trouxe troféus de dois estados, a outra atriz premiada foi Verônica Valenttino, por sua atuação no musical "Brenda Lee e o Palácio das Princesas", que trouxe a história da travesti, que lutou por causas LGBTQIA+. Brenda merece ser relembrada e reconhecida como o anjo da guarda das travestis. Isso basta!

"Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes", da Cia Dos à Deux, levou estatueta para casa. As obras desses queridos artistas André Curti e Artur Luanda Ribeiro são sempre dignas de premiações como essas. Um teatro bem feito, elaborado com consciência. Mais que isso, com cientificidade e alma.

A obra lindíssima da Armazém da Utopia, "Morte e Vida Severiana", também levou sua estatueta. O trabalho da Armazém merece todo reconhecimento, e assim como a Cia Dos à Deux, vale dizer que todas as obras dessa cia são verdadeiras obras-primas, quase que incomparáveis.

Aos demais premiados, nossos parabéns, e viva o teatro brasileiro, que resiste bravamente!

Veja lista dos vencedores:

Dramaturgia

Marcio Abreu e Nadja Naira por “Sem Palavras”

Direção

Renata Tavares por “Nem Todo Filho Vinga”

Ator

Cridemar Aquino por “Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”

Atriz

Vera Holtz por “Ficções”

Cenário

André Curti e Artur Luanda Ribeiro por “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”

Figurino

Wanderley Gomes por “Vozes Negras: A Força do Canto Feminino”

Iluminação

Alexandre O. Gomes por “A Jornada de um Herói”

Música

Itamar Assiere pela direção musical de “Morte e Vida Severina”

Energia quer vem da gente

“Cia de Mystérios e Novidades”, por fomentar há 40 anos um teatro marcado pela diversidade e multiplicidade e, mais recentemente, por ter criado sua Escola Sem Paredes, um complexo de espetáculos, performances, cortejos, intervenções urbanas, exposições, aulas, seminários, oficinas e atividades socioculturais fundamentais para a ocupação do território da zona portuária do Rio de Janeiro e para o enriquecimento do calendário cultural da cidade.

Seleção do Júri São Paulo

Dramaturgia

Dione Carlos por “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”

Direção

Ruy Cortez e Marina Nogaeva Tenório por “A Semente da Romã” e “As Três Irmãs”

Ator

Clayton Nascimento por “Macacos”

Atriz

Verónica Valenttino por “Brenda Lee e o Palácio das Princesas”

Cenário

Bira Nogueira por “Meu Reino por um Cavalo”

Figurino

João Pimenta por “F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)”

Iluminação

Cesar Pivetti por “Brilho Eterno”

Música

Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso pela execução musical em “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”

Energia que vem da gente

“Coletivo 302”, pela valorização da ancestralidade em Cubatão, na baixada santista, refletindo sobre a herança socioambiental da época em que era a cidade mais poluída do mundo, expressa de maneira contundente no espetáculo Vila Parisi.

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