Essa reflexão é, no mínimo desafiadora. Pois, a relação entre irmãos é provavelmente um dos vínculos mais duradouros na vida de uma pessoa. Isto porque, na primeira infância, a ligação fraterna é marcada por um conteúdo emocional saudável e não saudável, intimidade e diferenças individuais que fazem parte do desenvolvimento humano. O que é normal, pois as discrepâncias de idade e preferências individuais tendem a ocasionar conflitos e rivalidades que devem ser mediados pela família, para que as crianças aprendam a lidar de forma saudável com sentimentos e emoções, tais como ciúme, inveja e raiva, entre outros.
Mas é claro que, no fundo, o relacionamento entre irmãos, na maioria dos casos, também é recheado de carinho, admiração e afeto. E para contribuir com o estabelecimento de um relacionamento baseado em respeito e companheirismo, portanto, é importante que a família promova atitudes que fomentem a confiança, a empatia, o respeito, a harmonia e a estima entre os irmãos.
A intervenção adequada da família nos conflitos e brigas entre irmãos é um preparo que permitirá às crianças a gestão de seus pensamentos e emoções à medida que crescem, com maior possibilidade de que se tornem adultos mais saudáveis emocionalmente e capazes de grandes realizações na sociedade em que estão inseridos.
Podemos dizer que a relação entre irmãos provavelmente será mais duradoura do que qualquer outra relação na vida de uma pessoa, e desempenha um papel essencial na vida das famílias. A influência que estas relações exercem no desenvolvimento da compreensão da criança sobre seu mundo social, emocional, moral e cognitivo, desempenha um papel importante no desenvolvimento da compreensão da criança sobre a mente dos outros, isto é, sua compreensão de emoções, pensamentos, intenções e crenças.
Tudo isso é muito bom para o amadurecimento emocional da criança. A convivência entre irmãos é um treinamento para relacionamentos futuros. O que se aprende, ganha e sofre nessa relação vai servir para a vida inteira. E os pais devem evitar tomar partido nas disputas.
Portanto, podemos concluir que a relação entre irmãos é um laboratório natural para a aprendizagem de crianças pequenas a respeito de seu mundo externo. É um lugar protegido e seguro para aprender a interagir com outras crianças que são parceiros interessantes e, envolvidos em brincadeiras, aprender maneiras construtivas de resolver desacordos e aprender a regular emoções positivas e negativas de formas socialmente aceitáveis.
A tarefa dos irmãos é encontrar um equilíbrio entre os aspectos positivos e negativos de suas relações à medida em que crescem juntos, apesar dos ciúmes, das diferenças, da competição e até da inveja. O fato de possuírem personalidades diferentes, certamente, ajudará na construção de uma relação positiva ou não.
O que se deve fazer é buscar desenvolver uma convivência com bases na inteligência emocional, na qual a individualidade deve ser respeitada. Além disso, o carinho, o afeto e a empatia precisam ser praticados todos os dias, a cada momento, minimizando assim os atritos e facilitando a comunicação e a expressão de ideias, que serão experiênciadas em suas relações na vida adulta.