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PM miliciano é suspeito de matar dois traficantes e a mãe de um deles

Policial vai a júri popular por um dos crimes cometidos em São Gonçalo

Por Mario Hugo Monken em 17/01/2020 às 11:41:15

Foto: Divulgação

Um policial militar, suspeito de integrar uma milícia em São Gonçalo, foi pronunciado pela Justiça e vai a Júri Popular. Ele foi acusado de matar um traficante que o expulsou de casa. O mesmo policial responde ao menos a outros dois homicídios: a de mais um traficante e da própria mãe. O agente está preso desde novembro de 2018.

Segundo as investigações policiais, o PM matou Marcos Venancio Ribeiro de Souza, o Paçoca, no bairro Gradim. Consta dos autos que o agente já planejava executar a vítima havia algum tempo, uma vez que esta integrava o tráfico de drogas. Acompanhado de outros traficantes, Paçoca o havia expulso de sua residência, localizada no bairro do Pontal.

No dia do homicídio, o denunciado e seus comparsas chegaram ao local a bordo de um veículo não identificado, quando avistaram a vítima. Aproximaram-se de Paçoca, que fazia parte do tráfico nos morros do Salga e Feijão, e o PM atirou. O alvo, atacado de surpresa, não conseguiu reagir.

Outros crimes

O mesmo PM responde pelo assassinato de Lucas de Souza Luiz, conhecido pela alcunha de Cheiroso. Ele e sua mãe, Fabiana de Souza Mendonça, voltavam de um bar quando foram abordados por dois homens encapuzados e armados. Os suspeitos exigiram que Lucas se aproximasse deles e atiraram várias vezes. Cheiroso vendia drogas em local próximo à residência do policial que, por esta razão, teria lhe matado e, inclusive, enviado fotografias do corpo para os amigos.

Inquérito da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí revela que o PM também teria envolvimento na morte de Fabiana. Segundo uma testemunha, filha da vítima, ela teria ido buscar a mãe em um bar. Quando se dirigiam para casa, observou a aproximação de um automóvel de cor preta que passou por elas e, em seguida, retornou em alta velocidade. Um homem de cor parda, com um capacete na cabeça, empunhando uma arma de fogo, desembarcou do veículo dizendo: ´só quero a Bolinha´, vulgo que a vítima era conhecida na região.

A jovem descreveu que o suspeito saiu em sua perseguição e de sua mãe, tendo ela e sua genitora tentado se abrigar na residência de uma vizinha, momento em que a filha correu para um dos quartos do imóvel e sua mãe para outro. Ela disse que, em seguida, ouviu diversos disparos de arma de fogo. Quando cessaram, saiu do quarto e viu sua mãe sair do outro quarto, atingida pelos tiros, tendo esta caminhado até a varanda da casa e caído, vindo a falecer.

De acordo com os relatos do inquérito, Fabiana foi assassinada supostamente pelo PM e que a motivação do crime teria sido uma represália por ela ter entregado a casa do policial para traficantes do Morro do Feijão, com o intuito de que estes expulsassem o denunciado da localidade. Testemunhas ouvidas na delegacia declararam ainda que Fabiana dizia publicamente na região que os milicianos teriam sido os autores do homicídio de seu filho.


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