A venda de cones plásticos chamados de pinos e de sacolés para traficantes de todas as facções criminosas do Rio embalarem drogas, durante mais de seis anos, permitiu a um servidor estadual na área da Saúde, que tinha salário de R$ 1 mil, adquirir bens que somados chegaram a bagatela de pelo menos R$ 345 mil. Ele foi preso em 2018 e condenado no ano passado.
Segundo as investigações, o suspeito era proprietário de uma motocicleta Yamaha avaliada em R$ 12.753,00, um automóvel Nissan Frontier cujo valor era de R$ 82.297,00, um terreno no Balneário das Conchas em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, um salão de festas no bairro do Rocha, em São Gonçalo, adquirido por R$ 150 mil, que contava com revestimento de granito, além de refrigeração e churrasqueira , um imóvel no Rocha comprado por R$ 40 mil, uma casa Condomínio Beija-Flor, também em São Gonçalo, avaliado em R$ 30 mil, um outro imóvel de R$ 30 mil. Todos os bens foram sequestrados pela Justiça.
O esquema montado pelo suspeito abastecia comunidades de diferentes facções criminosas, em diversas localidades do Estado do Rio de Janeiro, como Salgueiro, Mickey, Nova Brasília, Marítimos, em São Gonçalo, e várias outras em Niterói, Itaboraí, como também Maricá e Saquarema. Os suspeitos ofereciam até um catálogo de produtos para os traficantes. Ele funcionou entre o ano de 2011 até o dia 21 de fevereiro de 2018.
No dia da prisão do mentor do esquema, a polícia apreendeu uma mala contendo R$ 80.725,00, além de 13 contratos de locação referente a imóveis de propriedade do investigado.
O depoimento de um integrante da quadrilha revela que o bando chegou a vender, em apenas um dia, R$ 20 mil em pinos.
O chefe do bando ainda chegou a ser candidato a vereador em São Gonçalo. A Secretaria Estadual de Saúde informou que ele foi afastado em fevereiro de 2018 e, desde então, não voltou às suas atividades na pasta, onde ocupava cargo de agente administrativo, segundo a Justiça.