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Empresa de ônibus se retrata com jovem vítima de homofobia da linha 746

Portal Eu, Rio! mostrou caso no último dia 22

Por Marcos Nahmias em 27/07/2018 às 23:50:14

Empresa entrou em contato com vítima após incidente do último sábado (Foto: Daniel Coutinho)

Após ter sofrido ataques homofóbicos e até se ferido quando pegou um ônibus da linha 746 no último sábado (22), conforme o portal Eu, Rio! noticiou, o estudante de Direito Charles Dias, de 26 anos, recebeu uma ligação da empresa de ônibus Redentor, detentora da linha 746 (Jabour x Cascadura). Apesar das providências que estão sendo tomadas judicialmente contra motorista e empresa, Charles gostou da atitude da empresa.

"A empresa de ônibus se retratou por telefone e me convidou a conhecer toda a estrutura deles e participar de uma palestra e ver como é o treinamento dos funcionários, uma vez que eles repudiam essas atitudes homofóbicas e os treina para que isso não ocorra", disse Charles, morador de Jacarepaguá.

O Grupo Redentor, que administra as empresas Transportes Barra, Viação Redentor e Transportes Futuro, tem 5.600 funcionários, destes quase 3.000 são motoristas. Segundo Arthur Amaral, gerente operacional da Transportes Barra, todos os funcionários são submetidos a treinamentos de técnicas de direção profissional e de atendimento ao público, "incluindo tratamento igualitário, cortês e respeitoso para com todo o cidadão", afirma.

Quanto à identificação e punição do motorista, "O próprio Sr. Charles não soube identificar o veículo ou o motorista, portanto, não temos no momento informações suficientes para atribuir responsabilidade ou punição a qualquer profissional, e sequer atestar a ocorrência, inclusive porque nenhum dos motoristas da linha reconheceu o fato noticiado, comenta Pedro D" Alcantara, Departamento Jurídico da Transportes Barra.

A vítima, aluno de Direito, recebe auxílio do NUDIVERSIS (Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual) da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, que atua na defesa individual e coletiva dos cidadãos LGBT, buscando fomentar e monitorar as políticas públicas destinadas a promover igualdade deste grupo populacional.

 "Os canais de denúncias como o NUDIVERSIS são extremamente relevantes. As denúncias de homofobia são importantes para as outras pessoas que venham a sofrer desse tipo de discriminação vejam, não se intimidem e denunciem também. Dessa forma, a impunidade pode diminuir e o combate à violência contra pessoas LGBT se torna mais forte e eficaz.", afirma Júlio Moreira, diretor do Grupo Arco Íris.

O NUDIVERSIS funciona na Avenida México 11/15º andar, Centro, Rio de Janeiro, para atender demandas da população LGBT. Mais informações pelo número 129 ou pelo link http://www.defensoria.rj.def. br/Cidadao/Atendimento-On-line

Violência contra LGBTI no Brasil

Cerca de 200 mortes de pessoas LGBT foram registradas no primeiro semestre deste ano, segundo um levantamento do Grupo Gay Bahia (GGB). O estudo foi realizado através de informações repassadas por Grupos Gays de todo o país. Contando ocorrências registradas desde janeiro até o dia 10 de abril.

O Rio é o 5º lugar de estado com maior registro de crimes de ódio contra a população LGBTI +. Os primeiros são: São Paulo (59), seguido de Minas Gerais (43), Bahia (35), Ceará (30), Rio de Janeiro (29), Pernambuco (27) e Paraná e Alagoas (23). Entre as regiões, a maior média foi identificada no Norte (3,23 por milhão de habitantes), seguido por Centro-Oeste (2,71) e Nordeste (2,58).

Rio registra mais casos de violência contra LGBT em 2018

O Rio de Janeiro registrou mais casos de agressão contra pessoas LGBTI+ no primeiro trimestre de 2018 do que em todo o ano passado, de acordo com dados divulgados pela Coordenadoria Especial de Diversidade Social (Ceds) da prefeitura. Nos primeiros meses deste ano, foram 30 denúncias recebidas pelo órgão. 

O caso de Charles - No dia 22, o estudante acusou o motorista da linha 746 (Jabour x Cascadura) de homofobia. "Viado tinha que morrer. Se eu pudesse, mataria todos". Essas teriam sido as frases que o rapaz ouviu do condutor do veículo ao desembarcar em Campinho, na noite de sábado (22), por volta de 20h30.

Segundo o passageiro, ao descer da condução, o motorista teria arrancado com o carro propositalmente, o que fez com que o jovem caísse e machucasse as pernas e o joelho. A vítima teria sido socorrida por um senhor, também passageiro do ônibus, que desceu no mesmo momento, e ajudou o rapaz a se levantar.


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