Com mais de 1 milhão de casos confirmados e 58 mil mortes em todo mundo, a pandemia causada pelo novo coronavírus já tem impactos na economia. Influenciados pela crise sanitária, o comportamento do consumidor mudou e é preciso ficar atento para essas mudanças e, claro, não ficar para trás quando o assunto tratado é a sua empresa.
Além das projeções econômicas, o cenário atual é importante para repensar algumas práticas e implementar novas medidas, que talvez no futuro tenha bons resultados.
O portal Eu, Rio! conversou com o consultor tributário, Francisco Arrighi, e o economista, Sérgio Dias, que destacaram algumas medidas para que a sua empresa continue funcionando e prestando o serviço de sempre.
O Presidente da Fradema Consultores Tributários, Francisco Arrighi, aponta algumas ações que as empresas podem adotar neste período da crise sanitário em que se aplicou o distanciamento social.
Eu, Rio!: Como fica o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço aos empregadores e outros impostos?
Francisco Arrighi: Referente ao tema do FGTS, temos a postergação do pagamento dos meses de abril (referente a março), maio (referente a abril) e junho (referente a maio), podendo ser pagos a partir de julho, em até 6 parcelas. Já em relação ao imposto devido pelas empresas do simples nacional (PGDAS-D e PGMEI) houve também a postergação do pagamento dos meses abril, maio e junho para outubro, novembro e dezembro.
Eu Rio!: Como as empresas podem se reinventar neste período tão dificil para o mundo, especialmente em nosso país?
Francisco Arrighi: Outras formas que as empresas têm de conduzir e se reinventar neste momento, é utilizando os meios digitais/on-line para realizar vendas e promover seus negócios, bem como, deverão negociar os valores de aluguéis e também com seus fornecedores. Apesar da demora do governo federal em relação as medidas adotadas, os empresários devem ficar atentos e irem tomando medidas internas com cautela para proteção e mantença de seus negócios.
Já o vice-presidente da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, o economista Sérgio Dias, ressalta que além de adotar novas medidas de atendimento e funcionamento do comércio, é necessário se atentar para outros custos. "O importante agora é o empresário avaliar como o seu negócio pode operar nessa situação de isolamento social. Esse será o teste de qualidade e criatividade do gestor e do seu modelo de negócio", aponta o especialista em administração de empresas.
Além disso, Sérgio Dias aponta que nesta crise novas formas de empreender surgirão e isso ficará para sempre dentro do mundo dos negócios. "O importante é agir rápido para mitigar os impactos nos negócios, principalmente nas micro e pequenas empresas que são mais vulneráveis. Os informais e autônomos sofrerão ainda mais, pois representam 40% da população ocupada. O lado positivo é que em toda crise há uma janela de oportunidade e as lições aprendidas irão modificar nosso comportamento consumidor e empreendedor e nos fortalecer para dias futuros", finaliza.
Um pouco além destes apontamentos, Sérgio Dias destaca que nesta hora é importante se atentar para outros detalhes, como:
- Reduzir custos (energia, água, suprimentos, supérfluos);
- Utilizar canais de vendas online, como no e-commerce;
- Renegociar contratos com locadores, bancos e fornecedores em relação a valores, prazos e parcelamento dos pagamentos;
- Reaproveitar e reutilizar materiais de escritório e outros insumos diretos e indiretos reduzindo desperdícios;
- Adotar jornada flexível de trabalho, com redução para 4 horas em dois turnos e flexibilizar o horário de chegada e saída dos colaboradores que usam transporte público;
- Dar férias coletivas, quando for possível;
- Reduzir o rol de produtos e serviços, concentrando-se nos mais demandados e rentáveis;
- Criar novos produtos / serviços que têm demanda aumentada nesse cenário de crise;
- Buscar novos mercados que possam consumir seus produtos / serviços;
- Realizar parcerias com outras empresas próximas para o compartilhamento de serviços;
- Substituir insumos importados por nacionais, devido à alta do dólar e impossibilidade de entrega pelos fornecedores estrangeiros;
- Aproveitar o período de recesso para planejar, se capacitar e capacitar seus colaboradores e rever seu modelo de negócios.