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Depois de Bolsonaro, Flamengo vai a Crivella pela volta do Cariocão, com Bota e Flu jogando contra

Rubronegros furaram fila, desrespeitando normas de Secretaria de Saúde e Federação tenta acerto para volta aos treinos, com Botafogo e Fluminense ameaçando WO

Por Portal Eu, Rio! em 23/05/2020 às 22:44:56

Preocupado com a demora no retorno aos gramados e o prejuízo financeiro com a parada, Rodolfo Landim buscou aproximação com Bolsonaro e tenta agora diálogo com Crivella para liberar treinos Foto Agênc

A agenda do prefeito Marcelo Crivella, como de hábito desde o início da pandemia, destaca uma visita ao Riocentro. Desta vez, contudo, o compromisso principal não envolve o Hospital de Campanha, por sinal o maior do Estado. O destaque é o encontro com presidentes de clubes da Série A. A expectativa de muitos dirigentes era acertar um cronograma de retomada do campeonato, a começar pela volta aos treinos.

Consultada pelo Portal Eu, Rio!, a assessoria da Prefeitura confirmou o encontro, mas negou que haja uma data para liberar treinamentos. Pela Prefeitura, a pauta vai se limitar ao detalhamento dos treinos fisioterápicos, voltados para evitar que o atleta perca forma física e possa recuperar-se de contusões. Nada que envolva idas ao campo e a possibilidade de contato físico e aglomerações, como os coletivos, treinos táticos, exercícios conjuntos em piscina e academia ou 'rachões'.

Solução - ou falta dela, do ponto de vista dos clubes - arbitrada (bem o termo, como se verá adiante) por Gutemberg Fonseca. Ex-árbitro de futebol e integrante do Gabinete de Crise. Qualificações perfeitas para mediar um encontro em que 13 dos 14 clubes presentes estão com salários em atraso de no mínimo dois meses e não conseguem chegar a um acordo mesmo à beira da falência. Pode isso, Arnaldo?!

O encontro visa antes de mais nada jogar água na fervura, baixar a bola, em língua de boleiro. Animada com os exemplos internacionais de clubes como o Bayern de Munique, que antecipou a volta aos treinos e ampliou a liderança na volta da Bundeslia, a diretoria do Flamengo reabriu o Ninho do Urubu para o elenco profissional.Levou um sermão em estilo doce, mas firme, da secretária de Saúde, Ana Beatriz Busch. Sem altear a voz, mas com certa ironia, a médica pôs em dúvida que o clube estivesse afrontando as normas sanitárias e lembrou o péssimo exemplo que isso seria. "Como manter os jovens em casa, se eles assistem o Flamengo treinando?', indagou.



Rodolfo Landim chegou a posar com o presidente Jair Bolsonaro para reforçar a pressão sobre o Governo Estadual e a Prefeitura do Rio. Arrastou no empenho o maior rival, o Vasco da Gama, que acompanhou a iniciativa representado pelo seu presidente, Alexandre Campello. Alegavam que buscavam autorização para treinar em Brasília. Talvez ignorem, mesmo sendo um engenheiro formado e ex-dirigente da Petrobras, e o outro médico de enorme prestígio, que as leis do País dotaram o Distrito Federal de um governador.

O gesto dos dois presidentes gerou protestos de torcidas organizadas e de conselheiros dos dois clubes, por coincidir com uma semana em que o relógio das mortes pela Covid-19 se acelerou. A Torcida Jovem e a Raça, duas maiores facções da torcida rubronegra, protestaram contra a aproximação a Bolsonaro. Os muros da Gávea, imaculados desde a conquista da Libertadores depois de 38 anos de espera, amanheceram pichados de cima a baixo. No Vasco, um dos prováveis candidatos a presidente do clube, o professor de Relações Internacionais Luís Fernandes, rechaçou a pressa na volta aos gramados, lembrando que jogadores de futebol não são gladiadores, que devam oferecer a vida em sacrifício em um duelo mortal.

Botafogo e Fluminense seguiram na contramão, sustentando ser prematura qualquer tentativa de programar a retomada enquanto o contágio estiver em alta e as internações e mortes pela Covid-19 não dêem sinais claros de arrefecimento. O presidente do Conselho Deliberativo e eminência parda do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, chegou a chamar de irresponsáveis e potencialmente homicidas as intenções da diretoria rubronegra. Parceiro do Flamengo na gestão terceirizada do Maracanã, o Fluminense adotou discurso mais moderado em notas oficiais, mas descartou volta aos treinos em maio.

A divergência ameaça reduzir o efeito do encontro deste domingo, 24/5. Botafogo e Fluminense teriam articulado não comparecer ao encontro, como fizeram no Conselho Arbitral que discutiria a retomada do Cariocão 2020. A Prefeitura espera contar com todos os clubes, e os colaboradores do botafoguense Crivella não levam fé na ausência ds duas agremiações. Mesmo os dirigentes alvinegros, à boca pequena, admitem o retorno aos treinos, só que a partir de 8 de junho, e a bola voltando a rolar na última semana de junho.

A Federação, com base em proposta do primo rico Flamengo, prevê nessa retomada jogos em três estádios somente: Maracanã, São Januário e Nilton Santos. Com a benção do banguense e médico Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. Os fãs do futebol só vão poder ouvir o 'Taí o que você queria' quando acabar o desfile do 'Está lá um corpo estendido no chão'. Sinistro, muito sinistro. E viva São Januário! (o de Oliveira, autor dos bordões, um deles emprestado do gênio vascaíno Aldir Blanc, vítima recente da indesejada das gentes, que maneja desenvolta a foice na garupa do novo coronavírus)

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