O Brasil é o país que mais fatura com as lojas online na América Latina, de acordo com dados levantados pela Ebit/Nielsen. Trocando em miúdos, isso significa que os brasileiros estão comprando mais via web.
Atualmente, é o maior mercado consumidor da América Latina e o volume de horas na internet é um dos maiores do mundo. Os dois fatores fazem com que o Brasil tenha o maior consumo digital.
Em 2020, devido à pandemia, o espaço dos e-commerces está mais promissor. Ainda de acordo com a Ebit/Nielsen, no período de um mês houve um aumento de 18,5% nas compras pela internet.
O comportamento do consumidor está mudando de forma rápida e buscando multiplataformas para comprar. É o chamado comportamento omnichannel, que remete ao hábito de pesquisar e comprar de forma integrada, entre o varejo físico e virtual.
Por que a desconfiança no e-commerce?
Segundo Luiggi Senna, especialista em transformação digital e co-fundador da Convem Store, três são os fatores que reduzem a velocidade do crescimento de vendas online: a desconfiança sobre o serviço, o medo de fraudes e a não garantia de que o produto chegue no dia e horário marcados.
"Isso se acentua muito em segmentos que tem muito potencial, como o do comércio local, de bairros, pois o comércio eletrônico no Brasil ainda é muito concentrado nos grandes marketplaces", avalia Luiggi.
De acordo com o especialista, os últimos eventos mundiais obrigaram cerca de cinco milhões de consumidores, que ainda tinham esses receios, a testar os serviços de vendas online. Ademais, a pandemia fez com que o cliente se movimentasse na adoção de novas tecnologias.
"A questão da confiança se baseia muito na qualidade do atendimento. Então, o que podemos afirmar é que a resistência em relação ao aprendizado de como fazer compras foi quebrada. Entretanto, a confiança total só virá com o atendimento de excelência, que ainda tem muita oportunidade de melhoria no Brasil", acredita.
Neste mercado, em tempos de pandemia, muitos pequenos empresários, por necessidade, adotaram a tecnologia do e-commerce. Isso mostrou uma convergência de oferta e demanda por serviços migrando para o mundo digital. "Como a receita no mundo físico dessas microempresas, em muitos casos, zerou, há vários que estão se destacando na questão do atendimento e prazo de entrega. Isso é o que diferencia o pequeno comércio das grandes redes!", crê Luiggi.
Luiggi Senna: tendência de crescimento do e-commerce nacional
Tendência de crescimento
Assim como qualquer nova tecnologia que gera comodidade e eficiência, o e-commerce é uma tendência e deverá continuar crescendo independentemente de qualquer evento extraordinário, como a pandemia. "Essa convergência de oferta e demanda tende a acelerar esse processo, desde que os empresários consigam manter elevado o nível de serviço e continuem apostando nas vantagens das vendas online", confirma o especialista.
De acordo com Luiggi, alguns empresários ainda entendem que o e-commerce não será mais necessário no pós pandemia. "Discordo completamente dessa visão, dado os ganhos de ticket médio – dois a três vezes - e a recorrência de compras - até quatro vezes maior - para o empresário que consegue trabalhar bem esse novo canal com apoio de ferramentas e serviços de vendas online, junto a parcerias com a Fecomércio e o Sebrae de diversos estados", afirma, lembrando que o apoio ao empresário é essencial para fomentar e adoção das novas tecnologias e acelerar a transformação digital.
Luiggi tem percebido que diversas instituições têm levado para o empresariado o e-commerce como ferramenta de venda e gestão de negócio, elevando o nível de serviço do empreendedor nacional. "A grande virada no mercado de e-commerce acontecerá quando o comércio local migrar para o online com um nível de serviço superior ao atual", conclui o especialista.