Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Mil dias de impunidade

Deputados cobram identificação de mandantes de morte de Marielle

Executores estão presos, ainda sem julgamento, mas falta de resposta sobre quem mandou matar a vereadora negra anima repetição de ataques


A vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, mortos em uma emboscada no Rio de Janeiro em março de 2018, e crime segue impune, mil dias depois Foto Agência Brasil

A vice-líder do Psol, deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), foi à tribuna lembrar nesta terça-feira (8/12) os mil dias passados desde o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, mortos em uma emboscada no Rio de Janeiro em março de 2018. Vestindo uma camiseta com os dizeres "Quem mandou matar Marielle", a deputada lembrou que o mandante do crime ainda não foi revelado, assim como os motivos que levaram ao assassinato.

"São mil dias sem a companheira Marielle Franco e sem o Anderson Gomes. São mil dias sem justiça em nosso País, são mil dias de impunidade, sem que Estado brasileiro responda quem mandou matar a nossa companheira, amiga, vereadora, mulher negra, combativa, generosa, dona de um sorriso do tamanho do mundo", disse Melchionna.

A deputada também criticou as notícias falsas espalhadas contra a vereadora Marielle Franco e cobrou a punição dos culpados. Dois ex-policiais militares suspeitos de executar o crime, Ronnie Lessa e Elcio Queirós, estão presos, mas ainda não foram julgados. Os acusados são ligados a milícias no Rio de Janeiro. Melchionna lembrou ainda as ameaças de morte dirigidas recentemente a outras parlamentares como Talíria Petrone e as vereadoras Duda Salabert, de Belo Horizonte, e Carol Dartora, de Curitiba. E destacou que punir os envolvidos no assassinato de Marielle Franco significa salvar a vida de outras vítimas da violência política.

No Rio, uma instalação com despertadores, formando uma frase sobre Marielle, remetia à necessidade de a Justiça acordar para o custo humano, social e político da impunidade. Representante da Anistia Internacional, uma das principais organizações de defesa dos Direitos Humanos no planeta, Jurema Werneck explica a iniciativa no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br)


O pronunciamento da deputada repercutiu entre os parlamentares de oposição. O deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que o assassinato da vereadora Marielle é um crime político que está impune. "Estamos irmanados nesta luta para esclarecer e identificar quem são os mandantes deste absurdo crime", disse.

A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), também se aliou ao Psol. "Nossa solidariedade a todas as vítimas como Marielle Franco, uma mulher da política vítima exatamente de um assassinato político", disse.

Para a deputada Érika Kokay (PT-DF), o assassinato de Marielle é uma tentativa de calar as ideias de um grupo. "São mil marielles que nascem todos os dias com ânsia de construirmos uma sociedade mais justa", afirmou.

O deputado André Figueiredo (PDT-CE) também cobrou o esclarecimento do crime. "Queremos, é claro, que a morte de Marielle Franco possa ser esclarecida, para que a democracia não tenha uma página tão obscura dentro do nosso cenário já de tantas dificuldades", avaliou.

A deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) afirmou que o Parlamento deve agir no combate à violência.


Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!