Um problema muito comum que atinge boa parte das crianças em período escolar é o piolho. Cientificamente conhecido como pediculus humanus, ele surge pelo contato direto interpessoal ou pelo compartilhamento de utensílios como bonés, escovas e pentes.
Com o retorno das aulas há um mês, aproximadamente, essa é a preocupação de muitas mães e pais. Com a volta de seus filhos à escola, o cuidado precisa ser reforçado para evita que acontecem situações como a da dona de casa Miriam Xavier. Ela relembrou quando sua filha, Rebeca, teve piolho aos 5 anos de idade.
"Minha filha convivia com muitas crianças dentro de sala. Teve um dia que ela começou a coçar muito a cabeça e reclamava de algum incômodo. Resolvi olhar e descobri que era piolho. Depois comecei a passar um pente especial e me assustei com a quatidade. Foram 22 piolhos ao todo", contou Miriam.
A dona de casa acreditava que a situação ocorreu por causa da origem humilde da maioria dos colegas de sala que estudavam com Rebeca. Mas ao contrário do que muito pensam, piolho não tem uma "preferência" por gente simples. Além disso, ele gosta de cabeça limpa.
De acordo com o dono de uma clínica especializada no tratamento contra piolhos, Shai Stauber, isso é um dos muitos mitos sobre o assunto. Ele esclareceu ao "Portal Eu, Rio!" a respeito de algumas lendas, como a de que de piolhos e lêndeas atingem, em maior percentual, crianças de baixa condição financeira.
"Infelizmente no Brasil as pessoas associam piolhos como uma indicação de más condições de higiene ou cabelos sujos. Isso não e verdade! Os piolhos geralmente preferem cabelos limpos, mas qualquer um pode pegá-los. Os piolhos não saltam e também não voam. Costuma-se dizer que, se você cortar o cabelo, ou, se você lavar o cabelo muito bem e esfregar muito duro, isso removerá todos os piolhos. Outro mito bem comum e que o vinagre elimina os piolhos. Tudo isso é mentira", garantiu.
São diversas as recomendações existentes de como exterminar o parasita. No Rio de Janeiro, uma clínica realiza o serviço de eliminação da pediculose em apenas uma consulta. O método oferecido é natural, sem remédios, químicas ou pesticidas. O tempo de extração varia de 2 a 3 horas e é feito com um gel condicionador e pente fino.
Pensando em evitar possíveis constrangimentos, atendimento é feito de forma discreta, visando preservar as crianças e as famílias. De acordo com Stauber, além do tratamento ser diferente do que é usual, eles procuram conscientizar os pacientes sobre os perigos de soluções que prometem eficácia. Ele também alertou que saber pentear o cabelo é fundamental na remoção do parasita.
"Aqui na Clinica do Piolho, sabemos que loções caseiras, remédios e shampoos não são apenas potencialmente tóxicos, eles simplesmente não funcionam. Nosso método e livre de químicos agressivos e também é garantido. Nós utilizamos um método específico de pentear o cabelo ate o couro cabeludo removendo assim todos os parasitas. A maneira em que o cabelo é penteado é fundamental na remoção de todas as lêndeas e piolhos", garantiu Stalber.
Na opinião do dermatologista Fernando Majzels, a retirada manual de piolhos e lêndeas tem fundamental importância no tratamento da pediculose não apenas em crianças, mas também em adulto. Para ele, quanto mais natural for o tratamento, melhor para o paciente.