Em crise, tráfico no Complexo do São Carlos vive de taxas a comerciantes e ameaça de guerra interna

Em crise, o tráfico de drogas do Complexo de São Carlos, na Região Central do Rio, que reúne as comunidades do São Carlos, Mineira e Zinco está sobrevivendo de taxas cobradas a moradores e comerciantes. Os bandidos exigem o pagamento de vendedores de gás, Internet, TV a cabo, supermercados e mototáxis.

Segundo informações, apesar da recente aliança com a facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), as bocas de fumo do complexo de favelas não estão dando lucro e a quadrilha estaria cheio de dívidas. Os traficantes não pagariam fornecedores e já está passando pela fama de caloteiros. 

Para piorar a situação, o complexo vive uma ameaça de guerra interna. O chefão dos morros, Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, atualmente preso, determinou que o comando seja retirado do traficante Leonardo Miranda da Silva, o Léo Empada, e que ele entregue tudo nas mãos dos bandidos conhecidos como Limão e Larraia. Entretanto, Empada resiste a essa decisão e Coelho já teria mandado matá-lo.

Empada desfruta de prestígio no São Carlos. Ele vive rodeado de bandido aliados que não aceitam as ordens de Coelho. Esta semana, quando foi comemorado seu aniversário, tiros foram disparados em sua homenagem.

Entretanto, ele é considerado mau "administrador" porque, enquanto o morro está com dívidas, o traficante gosta de ostentar gastando dinheiro com mulheres e bebidas com direito a camarote especial para ele e seus comparsas no baile funk da comunidade aos finais de semana, que é regado a bebidas importadas. 

Moradores do vizinho Morro da Coroa, recentemente tomado pelo Terceiro Comando  Puro (TCP), facção que domina o São Carlos, principalmente parentes do traficante Valquir Garcia dos Santos, o Carré, ligado à Amigos dos Amigos (ADA), estão sendo expulsos de suas casas a mando de Coelho. 

A polícia está monitorando a situação do São Carlos. Em agosto, vários traficantes, inclusive mulheres, foram presos. Uma das favelas que integra o complexo, o Morro da Mineira, vive sob constante ameaça de invasão por parte do Comando Vermelho (CV).