Neste sábado (18), faleceu em Florianópolis (SC) o jornalista Sérgio Caldieiri. Ele não resistiu após ser submetido a uma cirurgia cardíaca.
Atualmente, era conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), de onde já tinha sido diretor, e vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro.
"Estou muito triste. Na terça-feira ele me contou que estava com um problema cardíaco sério, que iria se submeter a uma cirurgia. Desejei sucesso na operação. Era uma figura doce, sempre pronto a colaborar com a ABI e com a classe jornalística. Ele produzia diariamente um clipping de notícias nacionais e internacionais muito importante. Um grande companheiro que vai fazer muita falta", destacou o presidente da ABI, Paulo Jerônimo, o Pagê.
Outros colegas de profissão e entidades com as quais Caldieri se envolveu ao longo da carreira profissional bem como na de ativista social também manifestaram pesar pela notícia da perda dele.
"Que terrível a partida do Sergio. Que tristeza. Que siga em paz e a família e amigos tenham força para aguentar mais esse baque", disse Regina Zappa, autora de biografia sobre Gilberto Gil.
"Muito triste acordar num domingo com esta notícia: morte do Sérgio, querido, plácido e combativo, ético e honesto, quase a raridade hoje em dia, querido e amigo. Nem dá para acreditar", lamentou Norma Couri, também conselheira da ABI e viúva de Alberto Dines.
"Uma perda irreparável, que fique na Paz. Querido companheiro de muitas jornadas. Amigos de muitos anos, desde Tribuna, da Pesquisa do JB, amigo de longas conversas. Companheiro de muitas lutas. Ficará para sempre em nossa memória. Saudades", recordou Alcyr Cavalcanti, presidente da Associação Brasileira dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (ARFOC).
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Mario Sousa, em nota oficial da entidade, declarou que Caldieiri "deixa um legado de boas ações por onde passou".
"Um jornalista respeitável e guerreiro e ativista das causas sociais e dos intelectuais mais dedicados na luta pela cultura no país. Deixa um legado de boas ações por onde passou: Funarj, Secretaria estadual de Cultura, MIS, nos governos de Brizola, Darcy Ribeiro, na Tribuna da Imprensa e outros jornais. A Cultura, o jornalismo perdem uma extraordinária figura humana sempre em defesa da democracia e da liberdade. Nós perdemos um companheiro, irmão, um grande amigo!", disse em um trecho.
Caldieri era filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), que reuniu declarações de pessoas próximas ao jornalista, como Fernando Peregrino, ex-presidente da Faperj e diretor da Coppe/UFRJ, e Luis Eduardo Maciel, companheiro de militância.
Sob o nome completo de Luiz Sérgio Caldieri, o jornalista, natural de Assaí (PR), deu os primeiros passos na Rádio Alvorada e nos jornais "Panorama" e "Folha de Londrina", todos no Paraná. Após se transferir para o Rio de Janeiro em 1977, além das redações e do contato estreito com governantes dada a atuação como assessor, trabalhou no Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac), de 1980 a 2019. Dentre outras atividades, foi responsável pela pesquisa iconográfica do "Inventário de Arte Sacra Fluminense" (2010), realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e o Sesc Rio de Janeiro, além do Inepac. Em palestras como representante do órgão estadual, abordou a trajetória do cineasta Alberto Cavalcanti, um dos pioneiros da sétima arte no Brasil, e a contribuição do Cinema à Ciência.
Também se candidatou à Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ), por indicação da chapa que elegeu a presidenta Paula Máiran (2013-2016), e em "Eternas Lutas de Edmundo Moniz" (Dinigraf) biografou o escritor e militante socialista, de quem se tornaria amigo. O livro foi lançado em 2011, no centenário de Moniz. Nos últimos 44 anos, viveu a maior parte do tempo no Rio de Janeiro. Foi sepultado hoje (19), na capital catarinense.