Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Até que a morte os separe

Elza Soares, a Voz do Milênio, morre na mesma data que seu amor Garrincha

Inventora da Bossa Negra deixa o Planeta Fome aos 91 anos


Elza Soares. Foto: Jorge Hely/Agência Eu, Rio!

A cantora Elza Soares, uma das maiores artistas do país, morreu hoje (20), no Rio de Janeiro. A informação foi anunciada no perfil oficial do Instagram da cantora. "A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo", diz o texto assinado por Pedro Loureiro, Vanessa Soares, familiares e a equipe da cantora.


Em um comunicado, a assessoria da cantora lamentou o falecimento.

“É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”, disse o comunicado enviado pela assessoria.

Uma triste curiosidade: Elza se foi na mesma data de morte de Garrincha, ex-jogador da seleção brasileira de futebol e ex-marido de Elza, que nos deixou há 39 anos e também no dia do padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, São Sebastião.


Elza com Garrincha. Foto: Reprodução

Elza foi considerada pela BBC como a "voz brasileira do milênio", em 1999, mas foi na década de 1950 quando começou a fazer sucesso no mundo da música. Ela subiu ao palco do "Calouros em Desfile", programa comandado por Ary Barroso, e cantou "Lama". Na ocasião, perguntada pelo apresentador de onde tinha vibdo, respondeu: "do planeta fome!".

Reprodução YouTube

O primeiro contrato foi assinado em 1960, incluindo ainda uma turnê internacional. Elza contou recentemente no programa "Conversa com Bial" que começou a fazer o scat (uma técnica vocal gutural criada por Louis Armstrong e popularizada por Ella Fitzgerald) sem saber. "Eu botava uma lata de água na cabeça e gemia. Eu pensei, esse barulho vai dar um som maravilhoso". Eu achava que ele [Louis Armstrong] me imitava. Eu não o conhecia", disse a cantora sobre o encontro que teve com o músico na década de 60.

Vacina sim!

No início de dezembro, Elza anunciou que estava com covid e fez um apelo para a importância da vacina. Ela não teve sintomas e já estava com a dose de reforço.


"Você precisa escutar isso e somente eu posso te contar. Fui um susto pavoroso, mas, ao mesmo tempo, uma experiência que passei sem qualquer sintoma e venci o vírus!", iniciou ela. "Eu tive covid, gente, e as vacinas salvaram minha vida. Fiz questão de gravar esse depoimento, de mostrar meu exemplo para pedir para vocês que vacinem-se!", pediu. "Por favor, vacinem-se! Essa doença horrorosa é muito perigosa. Viva a ciência", finalizou.

Vida e Carreira

Filha de Avelino Gomes (operário e tocador de violão nas horas vagas) e Rosária Maria da Conceição (lavadeira).

Nascida no núcleo residencial Moça Bonita (hoje Vila Vintém), uma das primeiras favelas do Rio de Janeiro.

Aos 12 anos, o pai obrigou-a a casar com Lourdes Antônio Soares, conhecido como Alaúrdes. No ano seguinte teve o primeiro filho, João Carlos.

Aos 15 anos, viu falecer o segundo filho.

Aos 21 anos ficou viúva. Em 1957 era mãe de cinco filhos, quatro meninos e uma menina. Dois meses após o parto de Dilma, foi trabalhar como encaixotadora e conferente na Fábrica de Sabão Véritas, em Engenho de Dentro.

Em 1969 publicou seu primeiro livro “Minha vida com Mané” (Editora Saga) narrado em primeira pessoa.

Na década de 1980, estudou saxofone com Moacyr Santos em Los Angeles, Estados Unidos.

Em 1997 o escritor José Louzeiro publicou a biografia “Elza Soares – Cantando para não enlouquecer” (Editora Planeta).

No ano 2000, em Londres, a emissora BBC lhe deu o título de “A Melhor Cantora do Universo”.

Em 2009 dois documentários entraram em fase de produção sobre a vida e obra da cantora: um com diereção da cineasta carioca Isabel Jaguaribe e outro, dirigido pela cineasta mineira Elizabeth Martins, no qual são misturados realidade e ficção. Foi homenageada pelo compositor Itamar Assumpção com a música “Elza Soares”.

Em 2018 foi pessoalmente à estreia do musical “Elza”, no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, em que sete atrizes encenaram momentos marcantes de sua vida, dentre as quais destacou-se a atriz e cantora Larissa Luz, que encarnou a personagem Elza em seus trejeitos e timbre de voz. O espetáculo, teve texto de Vinícius Calderoni, direção de Duda Maia, direção musical de Pedro Luís com arranjos de Letieres Leite. Nesse mesmo ano foi lançada biografia autorizada “Elza” (Editora LeYa), escrita pelo jornalista Zeca Camargo. Nesse mesmo ano foi exibido o documentário de Elizabete Martins Campos “My name is now”, com cenas em que a cantora conversa consigo mesma olhando-se no espelho.

Velório no Theatro Municipal

O governador do Rio, Cláudio Castro, emitiu nota sobfe a morte da cantora. "Elza Soares é imortal. Faz parte da constelação das grandes personagens mundiais. É também símbolo de luta, superação, talento e perseverança. Entristece o mundo da música ao nos deixar, e no dia marcado também pelo falecimento de Garrincha, que marcou sua vida. Não poderíamos deixar de homenageá-la e vamos abrir as portas do Theatro Municipal do Rio para o seu velório. Uma estrela que sempre brilhará", disse Castro no comunicado.

Como disse o governador, o velório da cantora Elza Soares será no Theatro Municipal do Rio de Janeiro amanhã (21). Das 8h às 10h será fechado para familiares e amigos e das 10h às 14h será aberto ao público.

O translado para o cemitério Jardim da Saudade de Sulacap será feito pelo carro do Corpo de Bombeiros com trajeto passando pela Avenida Atlântica. O velório no cemitério, assim como o enterro, serão restritos aos familiares e amigos.



Elza Soares cantora Garrincha Zeca Camargo artista morte

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!