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Cantautor

Carioca Malize lança quarto e último single do seu EP

’Diário’ expõe o avesso do artista e a profundidade interna com poesia e reflexão


Malize. Foto: André Joaquim/Divulgação

“Diário”, quarta faixa que encerra o EP Malize, chegou, no final de janeiro, às plataformas digitais de música. Malize, cantautor carioca da cena independente, fecha um ciclo importante na carreira ao entregar a última canção desse trabalho ao público. O artista veio numa sequência de lançamentos desde “Anatomia”, primeiro single lançado, no final de 2020, com o qual já alcançou mais de 150 mil plays nas plataformas digitais. Para a produção desse EP, Malize aliou sua juventude e personalidade à experiência de Rodrigo Vidal, que além de colecionar 4 Grammys Latinos, também produziu artistas como Maria Gadú, Natiruts, Caetano Veloso, Ivan Lins, Monique Kessous, Playmobille, Teresa Cristina, entre outros.

Dentre as quatro músicas, que integram o novo EP Malize, “Diário” além de carregar toda poesia e musicalidade, sempre muito marcantes nas composições do artista, traz uma carga emocional maior, expõe seu lado mais íntimo, de sentimentos mais profundos, raras vezes expressados publicamente, com tanta naturalidade.

— Nunca escrevi um diário, mas acredito que minhas canções cumpram um pouco esse papel, porque relatam meu cotidiano, minhas emoções, experiências, percepções da vida e das relações. Em ‘Diário’, tive um processo de composição bem incomum, a cada dia eu escrevia apenas um ou dois versos, que expressavam a dor que eu vivia e tentava digerir naquele momento de perda, pela despedida precoce de minha avó materna, alguém muito presente em minha vida, importante para mim e também para minha música, então compor me ajudou a viver esse luto com serenidade — confessa o artista. — Entretanto, gosto de ressaltar, que prefiro entregar minhas canções sem enunciar significados para deixar que façam suas próprias interpretações, uma música pode ter várias interpretações diferentes para quem a ouve, falar para cada um de um jeito absolutamente particular e transportar para universos distintos, como uma caixinha de Pandora, que pode tornar o que escrevo ainda mais especial, podendo ressignificar — completa Malize.

O artista reuniu nesse trabalho quatro canções que conversam entre si de algum modo, todas imprimem um pouco da sua versatilidade e de suas referências musicais na MPB. Anatomia, No Mundo da Lua, Como Era antes e Diário. Essas canções além de serem autorais tiveram harmonia, melodia e arranjos concebidos pelo compositor, que desde os 16 anos navega pelo universo da composição e, atualmente, cursa MPB e arranjo na Unirio.

— A música faz parte de mim desde sempre, cresci ouvindo todos os grandes nomes da MPB, não acho que devamos nos rotular e nos colocar em uma única prateleira, ou em um nicho mais comercial. Acredito, realmente, que precisamos, como artistas, mostrar ao público nossa essência musical, aquilo que ouvimos e gostamos. Em “Diário” expus meu avesso, com todo amor que recebi e carrego comigo, no conjunto do EP fiz um pouco isso, em cada canção um pouco do que vivi, senti e compreendi do amor e das relações — explica Malize.

Para valorizar a originalidade, sonoridade e preservar a “personalidade” das canções do seu EP, Malize contou com um elenco experiente, um time de virtuoses como Lancaster Lopes (contrabaixo), Felipe Pinaud (guitarra), Rodrigo Tavares (teclados) e Cesinha (bateria).

— O EP Malize é resultado de uma sinergia musical, pois foi gravado de forma orgânica e artesanal, antes da quarentena, com todos os músicos reunidos na mesma sala, tocando e gravando juntos — relata Malize.

Em versos como “Mais um dia sem você / Já me acostumei com essa solidão / Pois aqui dentro / Vivo na contramão / Não é loucura/ Aceitar a colisão / Eu já morri milhões de vezes / Pra chegar até aqui / Pra você nem segurar na minha mão”, Malize relata com profundidade alguns sentimentos.

— Não é aconselhável abrir essa caixa de Pandora sem estar preparado para o que vai encontrar nela, mas há momentos na vida em que você não tem escolha e tudo que precisa fazer é se reconhecer no meio desse emaranhado de sentimentos e encontrar as razões, que te colocarão de novo no prumo — conta Malize.

Desde 2020, ele realiza seu projeto “Na Sala de Estar”, onde promove um intercâmbio musical entre artistas dessa nova cena. Mais de 35 artistas já passaram pelo projeto, entre eles Tibi, Arthur Pecly, Flávio Ferrari, Cassiano Andrade, Tem Amor, Elisa Fernandes, Federico Puppi, Fernanda Santanna, Cammie, Victor Mus e Dora Toiá, só para citar alguns.

Malize já levou seu repertório autoral, sempre com casa cheia, para grandes palcos da cidade, como Imperator, Solar de Botafogo, Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola, Teatro Municipal Ziembinski e Centro Cultural Parque das Ruínas, entre outros.

O cantor faz parte de uma rica e movimentada cena de cantautores do Rio de Janeiro formada por artistas como Victor Mus, Luciane Dom, Tuca Oliveira, Cammie, Mariana Volker eVictor Cupertino.

OUÇA AGORA: https://open.spotify.com/album/4bYPYlxY0Fm1Imk1IU3DLE



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