Quase 4 toneladas de cocaína apreendidas 12 vezes em diversos portos do Brasil e da Europa no período de março de 2017 a março de 2018. Essa foi a movimentação de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas que foi desarticulada pela Polícia Federal durante a Operação Antigoon, que foi desencadeada em julho. Ao todo, 26 pessoas foram denunciadas pelos crimes de tráfico transnacional e organização criminosa. Um PM fazia parte do grupo. O Portal Eu Rio teve acesso ao processo que tramita na Justiça Federal do Rio que traz detalhes da investigação.
A denúncia do Ministério Público Federal narra que os acusados eram membros de uma organização criminosa transnacional especializada em remeter grandes quantidades de cocaína para o exterior em contêineres embarcados em navios, que vem atuando no Porto do Rio de Janeiro e se infiltrando em diversos outros do país.
As investigações descobriram que o grupo foi responsável pelo envio de elevada quantidade de entorpecente com destino a outros continentes, através de processos de exportações via operações portuárias. As substâncias entorpecentes eram introduzidas em meio à cargas lícitas.
Diante do que se apurou, no período de mais de um ano de investigações, ficou evidente que uma empresa serviu como instrumento para a remessa de elevadas quantidades de drogas a destinos internacionais diversos. Uma firma proprietária de navios de carga também é citada na investigação.
O grupo contava com a ajuda de despachantes aduaneiros na liberação dos contêineres que se valiam de sua desenvoltura no ambiente portuário para conseguir as exportações. Em alguns casos, havia a participação de funcionários do terminal portuário para burlar os sistemas de controle, de forma que não ficasse registrada nos sistemas qualquer movimentação dos contêiner. A quadrilha possuía galpões onde as drogas eram armazenadas nos contêineres e depois transportadas de caminhão até os portos. Os contêineres eram normalmente subtraídos ilegalmente.
A busca começou no dia 3 de março de 2017 quando foram apreendidos 454,627 kg de cocaína no Porto de Vitória no Espírito Santo. Para realizar o transporte da droga do Porto do Rio até outro Estado um contêiner foi subtraído com a suposta participação de funcionários do terminal.
A segunda apreensão aconteceu no dia 12 de abril do mesmo ano, desta vez no Porto de Antuérpia, na Bélgica, quando foram recolhidos 120,12 kg de cocaína. A droga saiu do Porto de Vitória. Segundo relatório da investigação, o terceiro fato ocorreu no dia 4 de maio, no Porto de Suape, em Pernambuco, quando foram apreendidos 252,200 kg de cocaína.
No mesmo dia, aconteceu a quarta apreensão no Porto do Rio de Janeiro em um navio quando foram arrecadados 503,800 kg de cocaína. A quinta apreensão ocorreu no dia 07 de setembro no Porto Gioia Tauro, na Itália. Na ocasião, foram retidos 216 kg da droga. Foi transportada em um navio.
O sexto caso foi no Porto de Santos (SP). Foram apreendidos 109 kg de cocaína que seriam enviados para Vitória e, de lá, embarcados para a Síria. No dia 9 de outubro, os agentes federais conseguiram interceptar um carregamento de 176 kg da droga também no Porto de Santos O contêiner saiu do Porto de Vitória.
Em 25 de outubro, foram apreendidos mais 184 kg de cocaína acondicionados em oito bolsas no Porto de Vitória. A droga que saiu de Vila Velha (ES) tinha como destino o Porto de Sines, em Portugal.
Em 27 de dezembro, foi recolhido no Porto de Antuérpia, na Bélgica um contêiner com 319,200 de cocaína. A droga saiu do Rio de Janeiro.
Um dia depois, foi descoberto um carregamento no Porto do Rio de 282 kg da droga. Na mesma data, foram apreendidos mais 205 kg de cocaína em Algencias, na Espanha, que saíram do Brasil via Porto de Itaguaí (RJ).
A última apreensão de droga dessa quadrilha aconteceu em 02 de março deste ano quando policiais federais descobriram um carregamento de 1.169 kg de cocaína no Porto do Rio