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Usuários e funcionários das Clínicas da Família do Estácio e da Penha fazem protesto no Rio

Falta de medicamentos, redução nas equipes e atrasos nos salários fazem parte das reivindicações

Por Leonardo Pimenta em 14/11/2018 às 14:26:08

Foto: Leonardo Pimenta

Os usuários e funcionários, das Clínicas da Família Medalhista Olímpico Ricardo Lucarelli Souza no Estácio e Dr. Felippe Cardoso na Penha fizeram um protesto nesta terça (13/11).

O protesto foi motivado pelo corte de 700 milhões no orçamento do ano que vem, a redução nas equipes de trabalho, o atraso no pagamento dos salários dos profissionais e a falta de itens hospitalares e medicamentos básicos para hipertensão e diabetes.

A Clínica da Família Medalhista Olímpico Ricardo Lucarelli Souza no Estácio, possui hoje 8 equipes de saúde da família. Cada equipe tem um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e entre 4 e 5 agentes comunitários de saúde. Na clínica as equipes de trabalho atendem em média 500 pessoas por mês, fora o número de pessoas vacinadas e que passam por outros procedimentos.

Na Clínica da Família Dr. Felippe Cardoso na Penha, atualmente são 12 equipes de saúde da família que atendem cerca de 28.876 usuários de toda a localidade. A unidade possui o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que são profissionais especializados que dão suporte às equipes de saúde e prestam os serviços de fisioterapia, atendimento psicológico, assistência social, nutrição, terapia ocupacional., educação física e fonoaudiologia.

Os funcionários dessas clínicas da família estão com os salários de outubro, vale transporte e refeição atrasados. Com o novo plano de reestruturação da atenção básica cerca de 185 equipes de saúde da família, 55 equipes de saúde bucal e quase 50 equipes do NASF vão deixar de existir. A maior parte desses profissionais será dispensado.

Cerca de 16 profissionais que atuavam no Núcleo de Apoio a Saúde, já foram demitidos este mês na região de Bonsucesso, Manguinhos e Penha

Karen Cavagnoli, Psicóloga do Núcleo de Apoio a Saúde da Unidade da Penha, afirma que as clínicas de atenção básica do município são responsáveis pela resolução de 80% das demandas da saúde sem que estas pessoas procurem os hospitais. A atenção básica trabalha com a prevenção e a promoção da saúde, acompanhando o paciente de forma contínua, principalmente com aqueles que sofrem de doenças crônicas. Esses pacientes necessitam de cuidados especiais com a saúde para que eles não piorem e não necessitem de internação.

"Eu sou morada a tempos e participei de alguns debates anteriores para ter um posto de saúde mais próximo. A clínica não atende só o Complexo da Penha, mas, também todo o seu entorno. Nossa clínica tem serviços que antes não tínhamos acesso. O Núcleo de Atendimento a Saúde da Família faz um complemento muito importante pois, atende a prevenção e reabilitação de pessoas" disse a assistente social Evelin Dias, moradora da Penha.

De acordo com os profissionais da saúde, os bairros de Bangu, Curicica, Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Cidade de Deus serão os mais prejudicados com os cortes de funcionários.

Segundo a nota da Secretaria Municipal de Saúde, a Prefeitura do Rio está reorganizando o atendimento oferecido pela rede de atenção primária na cidade. Um grupo de trabalho formado por técnicos das secretarias municipais de Saúde, da Casa Civil e da Fazenda, está reorganizando a partir de critérios técnicos e de produção para um melhor acompanhamento do trabalho desenvolvido na Atenção Primária, que deverá aumentar sua produção e resolutividade, absorvendo o público que busca atendimento em unidades pré-hospitalares como as UPAs.Além disso, o redimensionamento vai possibilitar uma melhor distribuição do orçamento, garantindo a realização de exames, compra de medicamentos, pagamento de pessoal, dentro do prazo ao longo de todo o ano. Nenhuma Clínica da Família será fechada e o objetivo é oferecer mais a quem mais precisa. As possíveis demissões não estão relacionadas àreorganização da Atenção Primária, mas ajustes dos contratos já existentes que não foram feitos anteriormente. Alguns contratos estão com metas físicas além do previsto no contrato de gestão, ou seja, fizeram mais contratações que as estabelecidas. Os pagamentos serão feitos conforme disponibilidade orçamentária.

Sobre a falta de insumos e medicamentos, a Coordenação de área da saúde 1.0 (região do Centro) informa que vai apurar as informações e irá cobrar a plena execução dos contratos da organização social gestora dasunidades.

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