Procuradora-geral diz que Pezão continuou esquema de Cabral

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu entrevista coletiva sobre a prisão do governador Luiz Fernando Pezão. Ela disse que existem provas robustas de que o esquema promovido por Cabral continuou sob comando do atual governador.

A procuradora explicou que as investigações foram aprofundadas. E o resultado foi a convicção de que era necessário requerer medidas para paralisar as atividades em criminosas em curso:

“Os crimes investigados são de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção e que envolvem autoridades públicas do Estado e pessoas ligadas a empresas que prestam serviços no âmbito do estado do Rio de Janeiro”.

“Por esta razão, e em razão de foro privilegiado e por prerrogativa de função de diferentes pessoas que participam desse esquema criminoso, medidas tiveram que ser decretadas. Ora pelo Supremo Tribunal Federal, ora no Superior Tribunal Justiça, ora ocorreram em primeira instância no Rio de Janeiro, o que revela a necessidade de uma coordenação e de uma cooperação entre as diferentes instâncias para dar curso, segundo a legislação vigente no Brasil”.

Raquel Dodge disse que o ministro Félix Fischer acolheu todos os pedidos da PGR que consistem não só na prisão das pessoas requeridas como também as medidas de busca e apreensão a 11 pessoas  e também medidas de sequestro de bens.

Recuperação de R$ 39 milhões

“O foco da atuação do Ministério Público Federal e da Justiça em todo país nessas operações de enfrentamento da corrupção tem sido não só de punição dos infratores e a paralisação da atividade criminosa, mas também de reparação do dano causado ao patrimônio público, dano causado pelo desvio de recursos públicos, por práticas que ferem a moralidade administrativa, de modo que, ao tempo em que queremos ao Supremo Tribunal de Justiça medidas de prisão preventiva e de busca e apreensão para localizar novos vestígios das práticas desses crimes, também requeremos  sequestro de bens no total de até 39 milhões de reais para que os cofres públicos sejam ressarcidos”.

“Esta entrevista também uma oportunidade de comunicarmos à população brasileira  a gravidade desses crimes que estão sendo praticados. O patrimônio público é composto por impostos pagos por todos e a corrupção desvia recursos públicos e consiste em um ato de apropriação de recursos públicos que formam o patrimônio público coletivo. Por isso, este crime deve ser combatido, como tem sido com ênfase necessária para fazer cessar os atos de corrupção”.

Lava Jato no RJ

“A Lava Jato no Rio de Janeiro tem empreendido esforços enormes para conter o esquema criminoso que se instalou em diversas unidades públicas daquele estado e contou com a participação de várias autoridades públicas do governo anterior, muitos dos quais estão condenados e presos. Mas percebeu-se que esse é o esquema criminoso que ainda não cessou. É por essa razão, e em razão da atualidade do esquema, ou seja, o fato de os infratores ainda continuarem praticando os crimes, chegou-se à necessidade de requerer prisão preventiva para garantia da ordem pública”.

“E o Ministério Público requereu prisão preventiva, que é uma das espécies de prisões cautelares, por entender que era o modo necessário para deferir uma resposta do sistema de administração de justiça à gravidade dos crimes que estão em curso”.

“A força-tarefa da Operação Lava Jato na procuradoria-geral da República  coordenada pela Doutora Raquel branquinho e pelo Doutor José Alfredo de Paula e Silva tem envidado todos os esforços para uma atuação coordenada com a força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro no sentido de se compartilhar todas as informações para termos em uma certeza forte de todos os detalhes esquema criminoso revelado no Rio de Janeiro”, disse a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.