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A todo vapor para Paris

Alisson dos Santos supera barreiras e se torna primeiro brasileiro campeão mundial em pista aberta

Jovem de 22 anos iguala feito de Fabiana Murer, do salto com vara, única brasileira vitoriosa em mundiais outdoor


Invicto no ano, Alysson dos Santos bateu os outros medalhistas olímpicos e tornou-se campeão mundial dos 400 m com barreiras nos EUA. Foto Time Brasil

A lista de feitos na temporada já era suficiente para se orgulhar. Invicto em quatro etapas da Diamond League e líder do ranking mundial em 2022, Alison dos Santos foi além. Percorreu os 400m superando as 10 barreiras e todos os adversários das raias ao lado. Na noite desta terça-feira (19), numa prova disputadíssima em Eugene, tornou-se o primeiro homem do Brasil campeão em um Mundial de Atletismo em pista descoberta. Cravou 46s29, novo recorde do campeonato, e botou o ouro no peito, a primeira medalha do país nesta edição do evento.

"Sabe quando você sonha todos os dias com alguma coisa? Eu estava sonhando todos os dias com esse resultado. Sabia que era possível, tanto que a gente chegou aqui e fez. Essa medalha que estou carregando no peito é de todos que trabalham comigo, de toda a minha família. É um momento indescritível. É uma sensação maravilhosa alcançar o topo do mundo", disse Piu, em entrevista ao SporTV.

Esta foi a 14ª medalha do Brasil na história da competição, a segunda de ouro - até hoje Fabiana Murer, do salto com vara, era a única brasileira campeã mundial outdoor. Para alcançar o pódio inédito, Alison deixou para trás os americanos Rai Benjamin (46s89) e Trevor Bassitt (47s39), que foram prata e bronze, respectivamente.



Só dá Piu!

Alison chegou a Eugene como a maior esperança do Brasil no Mundial de Atletismo. Após a conquista do bronze nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 na prova dos 400m com barreiras mais forte da história, o brasileiro podia se orgulhar de performances de altíssimo nível em 2022. Havia vencido as quatro etapas da Diamond League, principal circuito do atletismo mundial, disputadas até então: em Doha, Estocolmo, Oslo e na própria Eugene.

De volta ao estádio de Hayward Field, da Universidade do Oregon, Alison passou pelas fases classificatórias do Mundial sem sustos. Na primeira aparição venceu a segunda bateria sem precisar forçar, apenas com o nono tempo geral (49s41). Na semifinal acelerou um pouco o ritmo e fez a melhor marca rumo à final, sendo o único a baixar da casa dos 48s, cravando 47s85.

Na disputa por medalhas, o brasileiro sabia que o sarrafo seria mais alto. Nas raias ao lado estariam os dois adversários que o superaram no Japão, os dois homens mais rápidos da história na prova: o norueguês campeão olímpico e recordista mundial Karsten Warholm e o americano Rai Benjamin, que venceram as outras semifinais.

Warholm correu contra o tempo para se recuperar de uma lesão no tendão da coxa direita, e Benjamin sofreu com uma tendinite e com a Covid-19. Mas nem por isso deveriam ser subestimados. Como de costume, Piu brincou na apresentação dos atletas e mostrou-se leve. Uma vez dada a largada, deu tudo o que podia. Largou bem e se manteve boa parte da prova na segunda colocação, atrás de Benjamin. Warholm ficou para trás na quinta barreira, e Bassitt entrou na briga. Na reta, Alison deslanchou. Assumiu a ponta para cruzar, com folga, 43 centésimos abaixo da melhor marca da carreira. Era só partir para o abraço.

"Hoje corri contra o Warholm, com o Benjamin. A gente tem noção que o recorde mundial é possível. 46s já foi distante para a gente, hoje não é mais. A pergunta agora não é mais se o recorde (mundial, 45s94) é possível, mas quando pode ser alcançado.", disse Piu.

Comitê Olímpico Brasileiro

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