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Manobra politica

PPL e PC do B se tornam um só partido para superar cláusula de barreira

Medida é fundamental para a legenda continuar a receber recursos do Fundo Partidário a partir de 2019


Foto: Divulgação/ Karla Boughoff (PC do B).

Os diretórios nacionais do Partido da Pátria Livre (PPL) e do Partido Comunista do Brasil (PC do B) promoveram no último domingo uma sessão conjunta para marcar a fusão das duas legendas. Esta foi aprovada por aclamação na reunião, que teve a presença de dirigentes e parlamentares dos dois partidos, como a deputada comunista Manoela D’Ávila, que foi vice da chapa de Fernando Haddad (PT) na disputa pela Presidência da República e de João Goulart Filho, que disputou o pleito pelo PPL. Com isso, as duas siglas superam a cláusula de barreira. O evento foi na sede do Sindicato dos Eletricitários, no bairro da Liberdade, em São Paulo.

A superação da cláusula de barreira é fundamental para a legenda continuar a receber recursos do Fundo Partidário a partir de 2019 e ter espaço na propaganda eleitoral gratuita na TV. Em outubro, o PC do B elegeu nove deputados federais e o PPL, apenas um., enquanto os comunistas reelegeram a senadora (Vanessa Grazziotin (AM) Agora, a nova bancada tem 10 federais, assim como o PSOL. Além disso, o encontro representou o fortalecimento da resistência democrática e visa empreender uma firme oposição ao futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, além de defender a democracia, a soberania do Brasil e os direitos dos trabalhadores.

O ato se constituiu em sessão conjunta do Comitê Central do PC do B e do Congresso Extraordinário do PPL. No dia anterior, o PPL aprovara a incorporação à sigla comunista e indicou ainda 40 lideranças para compor a direção nacional do PC do B. O PC do B, 130 nomes, totalizando uma nominata de 170 integrantes. Estes vão promover uma reunião conjunta das duas legendas no dia 17 de março, para referendar a fusão.

Em seu discurso, o deputado Orlando Silva, líder da bancada do PC do B na Câmara dos Deputados e presidente do diretório da sigla em São Paulo, saudou a união das duas correntes revolucionárias e lembrou das atividades conjuntas, especialmente no movimento estudantil. Segundo ele, o ato passava a sensação de um encontro de amigos. “Ato conjunto que conforma a união de forças para resistir contra os retrocessos e lutar pela democracia”, afirmou o parlamentar.

A sessão, apresentada por Fábio Tokarski (PCdoB) e Mauro Bianco (PPL), foi aberta com a composição da mesa e a execução do Hino Nacional Brasileiro. Ao final foi aprovada a incorporação do PPL ao PCdoB, a união entre as duas legendas, numa entusiástica aclamação. A mesa foi composta por Luciana Santos e Sérgio Rubens, presidentes do PCdoB e do PPL, respectivamente. Pelo PCdoB estavam Manuela d´Ávila, Orlando Silva, Renato Rabelo, Adilson Araújo, Antenor Medeiros, Olívia Santana, Davidson Magalhães, Carina Vitral e Márcio Jerry. Já pelo PPL,estavam Carlos Lopes, Miguel Manso, Rosanita Campos, João Goulart Filho, Uldurico Pinto, Ubiraci Dantas, Edna Costa, Brizola Neto e Nilson Araújo.


Manuela d’Ávila destacou que as duas siglas se conhecem da luta do povo, nos espaços sagrados da luta social. “O PPL e o PCdoB têm características comuns, ambos são lutadores que sempre colocaram a questão nacional no centro de suas ações”, observou.

João Vicente Goulart afirmou que o ato representou para o Brasil o que representaram as várias lutas pela conquista da liberdade, da evolução do direito dos trabalhadores ao longo da história do país. “Os camaradas dos dois partidos demonstraram que os líderes e mártires brasileiros estão sendo honrados com essa decisão de fortalecer a defesa da democracia e da nação”, disse, acrescentando que o ato incluiu a atitude de olhar pelo Brasil com dignidade política, como resistência democrática. Ele recebeu 30.176 votos (0,03% dos válidos) na disputa presidencial.

O presidente do PPL, Sérgio Rubens, iniciou sua intervenção agradecendo e reconhecendo a iniciativa do PCdoB de propor a junção das duas siglas, com a incorporação da primeira à segunda. “Foi um processo que se efetivou célere após um mês de conversações, não tão rápido quanto à Revolução Russa de 1917”, disse, em alusão à obra “Os dez dias que abalaram o mundo”, de John Reed. Ele considerou que esse tempo foi importante para se debater a fundo a iniciativa e oficializar o processo com um grau de unidade bastante elevado. “Não há necessidade de haver cem por cento de unidade, mas é fundamental a compreensão de que existem questões básicas que levaram à efetivação desse processo”, afirmou.

Luciana Santos iniciou a sua intervenção destacando que aquele ato político era um marco histórico, num momento de derrota estratégica com a ascensão da extrema direita ao governo. Segundo ela, isso significa o fim de um ciclo democrático com a forte ameaça de uma nova ordem de sentido antidemocrático. “Esse cenário impõe aos revolucionários do PPL e do PCdoB essa união para enfrentá-lo”, afirmou. Para a dirigente, o que ocorre no Brasil é parte de um fenômeno mundial, com a extrema direita assumindo governos em muitos e países e demonstrando forças em outros. 

Para a deputada federal Jandira Feghali, única deputada federal do PC do B no estado do Rio, a incorporação do PPL ao PC do B é a união de história de luta. “União de forças, militância e importantes lideranças de história e luta. A decisão do Congresso Extraordinário do PPL foi por unanimidade. Juntos e juntas na defesa do Brasil e seu povo”, declarou.

 

 

 

 

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