No final de dezembro de 2013, o carioca Eduardo Húngaro ganhou, até então, sua maior oportunidade profissional, que foi dirigir o elenco principal do Botafogo na temporada de 2014, tendo como foco a disputa da Copa Libertadores da América, torneio que o time carioca não disputava desde 1996.
O técnico começou sua carreira há 24 anos e antes de treinar a equipe de General Severiano, teve uma passagem pelo futebol português onde treinou o Sertanense em 2008, time da terceira divisão lusitana. No comando do time, ficou marcado por chegar às quartas de final da Taça de Portugal no mesmo ano, sendo eliminado pelo Porto.
Antes de dirigir o elenco principal botafoguense, ele já trabalhava como técnico das divisões de base do mesmo clube desde 2010, tendo começado à época pela categoria sub-13. Atualmente, Húngaro é o treinador do Barra da Tijuca, equipe que disputa a segunda divisão carioca e que quase se classificou para as semifinais do primeiro turno da Segundona, também conhecida como Taça Santos Dumont.
Embora o treinador prefira focar no presente - enfatiza que "o Botafogo é passado" - ele relembra uma série de problemas administrativos que assolaram o clube há quatro anos que culminaram no seu segundo rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro: "A minha saída na Libertadores foi um conjunto de fatores. Realmente, aquele ano foi muito ruim no todo. Eu acabei saindo da função de técnico depois da eliminação da Libertadores e desde a primeira partida no Brasileirão o time enfrentou dificuldades. Eu sequer comandei a partida inicial nessa competição e acabou que a sequência do ano provou que o problema não era o treinador. O problema era maior, era a formação de elenco, estrutura administrativa, organização do clube e parte financeira. É muito difícil quando o clube não cumpre sua parte de cumprimento de deveres e pagamento de salário. Normalmente quando o clube passa por esse tipo de situação, a consequência é um desempenho muito ruim do grupo".
Embora tenha saído da função no time principal, Húngaro continuou no clube, mas na função de auxiliar técnico até ser demitido no final de 2014 pelo então presidente Carlos Eduardo Pereira. Ainda sobre a passagem pelo Glorioso, ele valorizou bem o período no time, citando as conquistas que teve nas divisões de base e argumenta que os títulos mais recentes da garotada é consequência do trabalho que teve a sua participação: "A gente conquistou títulos importantes, como foi a conquista do Torneio OPG (Otávio Pinto Guimarães) em 2013, depois de 17 anos. Também trabalhei durante dois anos como auxiliar técnico do Oswaldo de Oliveira, algo riquíssimo pra mim. Então eu não posso me prender a uma oportunidade dada em um momento ruim, numa competição muito complicada como é a Libertadores, principalmente com o nível de elenco que foi momento à época".
Depois, passou por Cabofriense (RJ), Real Noroeste (ES), River (PI) e em 2018 comanda o Barra da Tijuca, o Tricolor da Zona Oeste como é conhecido. Sobre o atual trabalho no time carioca, Eduardo Húngaro falou a respeito da estrutura do clube e os desafios na luta para conquistar o inédito acesso para a Série A do estadual em 2019: "O clube carece de uma melhor estrutura para a recuperação dos atletas, como a parte regenerativa no pós jogo. O campeonato estadual da segunda divisão desse ano é como se fosse uma grande Copa São Paulo, pois temos jogos quartas e sábados praticamente o tempo todo. O que se faz de mais importante a partir que o campeonato começa é a atenção para alimentação, descanso, recuperação e tratamento de lesões para que a equipe sempre fique em condições de manter o bom desempenho que a equipe tem tido até o momento".
Ele salientou que a manutenção dos índices físicos dos jogadores influenciará diretamente na parte técnica na segundo turno da competição. Além disso, ele argumentou que a disputa está bem equilibrada com outros times que brigam com o Barra pelo acesso à Série A do estadual.