Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Queda e coice

Enchente em Belford Roxo atingiu moradores afetados pelas fortes chuvas de 2022

Nas ruas alagadas, três dias depois das chuvas, longas filas ao sol por benefícios sociais aglomeravam moradores


Três dias depois das chuvas, ruas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, seguem alagadas, dificultando resgate de bens pelos moradores Fernando Frazão Agência Brasil

Em Belford Roxo, um dos municípios atingidos pelas fortes chuvas deste final de semana, moradores ainda se recuperavam da última enchente, em 2022, quando mais uma vez, tiveram as casas e os estabelecimentos comerciais invadidos pela água e pela lama. Pelas ruas ainda alagadas e cheias de barro, pedaços de móveis, colchões e utensílios domésticos estão amontoados. Pessoas fazem filas para conseguir se cadastrar nos programas do governo e receber auxílios.

Danielle Almeida Ferreira teve a casa alagada em Belford Roxo e conseguiu salvar apenas um colchão. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

As irmãs Noemia Almeida Ferreira e Danielle Almeida Ferreira estão sentadas na calçada, em frente as casas que foram completamente inundadas.

“É o que nos resta fazer, só tem aqui para ficar”, dizem.

Na casa de Noemia pouca coisa se salvou. Ela e a filha estão dividindo um sofá, ainda úmido para dormir: “Estou sem nada”, diz, mostrando os cômodos da casa com o fogão destruído e o armário com as portas inchadas pela água.

Danielle Ferreira mora na casa atrás da irmã. Ela conseguiu salvar o colchão. Mas a geladeira, que acabou de comprar foi perdida. “Passei muito mal. Lá no posto, me atenderam muito bem. Vou te mostrar a receita. Ainda agora minha voz está meio afetada. É tudo por causa da enchente”. Em um canto, ela colocou em cima de uma mesa todos os pertences que conseguiu salvar das águas que chegaram até a metade da parede. “Disseram para ainda não baixar porque ter mais chuva.”

Em uma casa ao lado, está a mãe delas, Maria da Paz, de 64 anos. Ela está deitada no chão. Em um cômodo com o que restou depois da enchente.

A idosa Maria da Paz teve a casa alagada nas chuvas em Belford Roxo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“Olha isso aqui, pega aí. Meus remédios caros foram tudo na água. Estou sem remédio, estou passando mal. Aí não há remédio, não tenho nada”, diz Paz.

Ela olha em volta: “A gente está vivendo a vida de porco. Não tem nem água, desde sábado que desligaram a água de noite”.

A terceira irmã, que também mora próximo ao restante da família, Nágila Almeida Ferreira, varria casa, com o que restou. “Vamos dando um jeitinho”, diz. Ela viveu também ali a enchente de 2022, mas disse que esta foi pior. A água chegou na altura do peito do marido, que ela diz ser bastante alto.

“Foi muito rápido. Encheu e tava dando choque. Pra gente não morrer aqui dentro, a gente teve que sair fora e deixar tudo. Eu mesma não queria nem pisar aqui dentro, porque eu não queria nem ver. Entendeu?”, conta.

As irmãs dizem ter dificuldades para acessar os benefícios e receber itens de emergência como cestas básicas. A procura é grande e quando chega na vez delas, já acabou. Elas estão com algumas garrafas de água mineral e estão sem comida. A região onde moram é próxima ao Rio Botas, que transbordou.

Vítimas da tempestade enfrentam filas ao sol por documentos e benefícios

Moradores em busca de benefícios sociais e recuperação de documentos formaramfilas nas ruas de Belford Roxo. Fernando Frazão/ Agência Brasil

Com os termômetros marcando 40 graus Celsius, uma fila de pessoas espera, no sol, por atendimento para obter o cartão Recomeçar, um benefício oferecido em parcela única pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do governo do estado.

Mariana Rodrigues da Silva tenta acessar o número dos documentos. “Para fazer o cadastro pra tentar pegar o cartãozinho, preciso de número de PIS [Programa de Integração Social], mas os meus documentos, tudo foi, minha carteira de trabalho, tudo foi na enchente, como é que eu vou pegar número agora?,” diz.


Comitiva federal visita cidade na tarde de terça(16) e promete verba emergencial

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que 12 municípios já tiveram a situação de emergência reconhecida pelo governo federal. O reconhecimento facilita o auxílio emergencial nas frentes de ajuda humanitária, reconstrução das áreas afetadas e também na prevenção de desastres.

O ministro do Meio Ambiente e Mudança do Clima substituto, João Paulo Capobianco, explicou que o governo vem apoiando os municípios na elaboração dos planos setoriais de adaptação para enfrentar eventos climáticos extremos como esse.

Pelo menos 12 pessoas morreram em consequência das chuvas no fim de semana na região metropolitana do Rio de Janeiro.




Agência Brasil e RadioAgência Nacional

Baixada Fluminense chuvas Morte Alagamento Chuva Rio de Janeiro Belford Roxo Moradores casas inundadas

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!