A segunda cúpula entre Kim Jong Un e Donald Trump terminou em fracasso em fevereiro, com os dois líderes se afastando das negociações em Hanói devido a uma disputa por sanções. De acordo com o jornal sul-coreano Chosun Ilbo, Kim Hyok Chol, o enviado especial norte-coreano aos EUA, e outros funcionários que realizaram conversas durante a cúpula foram responsabilizados por Pyongyang por seu fracasso, e foram mortos em março como parte de um massivo expurgo.
Ainda segundo o jornal sul-coreano, os assassinatos foram realizados para desviar a atenção da agitação interna e do descontentamento, com um recente relatório da ONU afirmando que a população do país está vivendo em um "ciclo vicioso de privação, corrupção e repressão". Kim Hyok Chol e seus colegas foram supostamente mortos após serem acusados ??de espionagem para os EUA.
O secretário norte-coreano, Kim Yong Chol, responsável pelas negociações com Mike Pompeo, secretário de estado americano, foi enviado para um campo de trabalhos forçados e reeducação ideológica.
Kim Jong Un também teria infligido punição ao seu intérprete na cúpula, Shin Hye Yong, supostamente por minar sua autoridade e por cometer um "erro crítico de interpretação". Até mesmo a própria irmã do ditador norte-coreano foi punida. Kim Yo Jong foi considerada uma “mentirosa” por toda a nação, e foi afastada de todas funções que exercia no governo. A mulher foi estreita colaboradora dos encontros com Trump e com outros líderes estrangeiros.
Nesta sexta-feira (31) o jornal norte-coreano Rodong Sinmum, publicou um editorial alertando sobre as punições para aqueles que "memorizam apenas palavras de lealdade" ao líder. Diz a nota:
"Agir como um [verdadeiro norte-coreano] é reverenciar o líder na frente [dos outros], mas sonhar com algo a mais quando alguém se volta, é um ato antipartido e anti-revolucionário que jogou fora a fidelidade moral para com o líder, e tal as pessoas não evitarão o severo julgamento da revolução. Há traidores e infiéis que só memorizam palavras de lealdade para com o Líder e até mudam de acordo com a tendência da época."
Kim Jong Um é acusado de autorizar o assassinato de dezenas de altos funcionários do governo, desde que assumiu o poder em 2011, incluindo seu meio-irmão e tio por causa de um suposto complô. Em 2016, um funcionário foi executado com uma arma anti-aérea por adormecer em uma reunião com o ditador.