Um suposto estatuto da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) está sendo divulgado via redes sociais.
Pelos dizeres do panfleto, dá a entender de que ele foi saiu de dentro do sistema carcerário embora a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária tenha informado que não tem conhecimento do documento.
O estatuto traz 12 regras que devem ser cumpridas pelos integrantes da facção. Um dos indícios de que o documento teria saído da cadeia é que um dos pontos abordados que diz que tem que ser dado preferência a membros do TCP na correria de faxina da galeria.
O panfleto faz menção também a venda de drogas: "Os amigos que fazem correria de drogas colocar em um só padrão as que tiverem fora, melhor remover. Antes de vender alguma correria, verificar se o amigo tem condições de pagar".
Há regras determinadas para o comportamento na cadeia como por exemplo, proibição de "sarra-sarra" no pátio de visita em frente das famílias dos demais presos e usar drogas na frente de parentes de presos, além de silêncio absoluto na cadeia a partir da meia-noite até o confere da manhã.
O documento diz ainda que não serão permitidos dentro da "nossa cadeia" presos que respondem pelos artigos 213 e 214 do Código Penal (que versam sobre estupro) nem delatores X9.
Também diz que são proibidas as agressões físicas e verbais entre os membros e que "problema de rua se resolve na rua".
O estatuto ainda traz a expressão BatGol Eternamente, em alusão ao traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, um dos principais líderes da facção e que foi morto em 2012.
O TCP é a segunda facção do tráfico com maior número de favelas dominadas no Rio. Seus principais redutos são o Morro do Dendê, na Ilha do Governador, o Complexo de Acari, Parada de Lucas, Vigário Geral e Cidade Alta, Complexo da Maré (Baixa do Sapateiro, Timbau, Vila dos Pinheiros e Vila do João), Serrinha, todas na Zona Norte, e o Complexo de Senador Camará, na Zona Oeste, além do Estado, em Niterói.
Por várias vezes chegou a ser divulgado na mídia supostos estatutos de facções criminosas, principalmente do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do Comando Vermelho (CV).
Procurada, a Polícia Civil não se manifestou sobre o caso até a conclusão da reportagem.