Nesta sexta-feira (14), pelo seu Twitter oficial, o presidente Jair Bolsonaro comemorou mais uma promessa cumprida pelo seu governo. De acordo com ele, o Conselho Nacional de Trânsito decidiu acabar com a obrigatoriedade dos simuladores para tirar a habilitação. Com isso, Bolsonaro afirmou que o valor do documento vai sofrer uma redução de até R$ 300.
Para André Mello, Secretário do Sindicato das Auto Escolas do Rio de Janeiro (SINDAERJ), a decisão do governo foi positiva, pois os simuladores de trânsito não comprovaram a sua eficiência na formação dos condutores.
"Os simuladores sempre foram uma polêmica desde a sua implantação. Em um primeiro momento, surgiram como recurso obrigatório, mas devido a muitos protestos, passou a ser opcional. No entanto, houve uma manobra de lobbistas e voltou a ser obrigatório por meio de uma resolução do Denatran", relembrou André.
Ele ainda ressaltou que os simuladores são uma ferramenta de péssimo ensino didático e pedagógico, além de serem caros.
"Em média, cada CFC que tem contrato comodato paga de R$3 a R$5 mil de mensalidade. Isso acabou gerando muitas falências nos últimos anos. Os CFC's que optaram em comprar o aparelho gastaram em torno de R$ 40 a R$ 50 mil. Além disso, mesmo fazendo um alto investimento nas máquinas , ainda assim, é obrigatório o pagamento do software mensal, que gira em torno de um valor de 10 reais por cada aula ministrada. Muitos alunos também passam mal no aparelho e são obrigados a deixarem a aula. Portanto, Essa decisão do governo agrada 90% dos CFCs do Brasil .", disse o secretário.
Vale destacar que o aumento dos valores da CNH se deu pela da obrigatoriedade dos simuladores de autoescola. Desde janeiro de 2016, eles passaram a fazer parte do processo de formação de condutores por meio da Resolução nº 543 do CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito).
As novas regras também reduziram de 25 para 20 horas de aulas práticas. Já no caso das aulas noturnas, a carga horária deve cair de 5h para 1 hora/aula. Elas passam valer 90 dias depois da publicação no Diário Oficial da União. Contudo, algumas autoescolas, por meio de liminares, já não usam os simuladores.
A reportagem do Portal Eu,Rio! entrou em contato com o Ministério da Infraestrutura para conhecer os principais motivos que levaram a decisão, mas até a publicação desta matéria, não obteve resposta.