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Investigação aponta envolvimento de policiais militares e civis com milícia de Belford Roxo

As denúncias foram investigadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público Estadual

Por Mário Hugo Monken em 28/11/2019 às 17:02:34

Imagem: Divulgação

Investigações realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público Estadual apontam o envolvimento de seis policiais, cinco militares e um civil, com uma milícia que atua em vários bairros de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A denúncia descreveu a atuação de cada um no grupo.

Segundo os autos, um dos PMs supostamente envolvidos com a quadrilha é o vereador Luiz Eduardo dos Santos Araújo. De acordo com a apuração, ele agiria para evitar que os integrantes da organização criminosa fossem presos. Em um trecho da investigação, alguns membros falam para avisar ao político de que um comparsa estava sendo levado para a 54ª DP.

O PM Carlos Vinicios Gomes do Nascimento Silva, conhecido como Miojo, foi outro denunciado. Uma de suas funções era tocar os negócios de cigarros contrafeitos. Miojo também explorava o transporte alternativo e tinha a tarefa de executar inimigos. Ele foi preso nesta quinta-feira (28), mas já tinha sido detido em maio, pois era suspeito de fazer cobranças a comerciantes, tinha posse de armas com numeração suprimida, toucas ninjas, veículos e determinada quantia em dinheiro.

José Eduardo Silva Farias, o Zé Cachorro, é outro policial militar envolvido com o bando. Ele seria responsável pela prática de agiotagem do grupo criminoso. Há alguns anos, foi citado na CPI das Milícias. Em uma escuta telefônica, foi revelada uma conversa dele com uma mulher que diz que tem uma dívida a pagar para ele com juros.

Alex Bonfim de Lima e Silva, também PM e preso hoje (28), é suspeito de vender armas, munições e acessórios para a milícia. Também tinha essa função, o PM Jino dos Santos Silva. Jino aparece aparece negociando armas em várias oportunidades. Em uma escuta, ele disse para uma mulher, com quem mantinha relacionamento, que um possível comprador teria se interessado pela arma e iria dar os R$ 10 mil, mas em dez parcelas de 1.000.

Durante a segunda fase das interceptações, Jino ainda aparece negociando mais armas com Alex. Ele teria permitido que a milícia fizesse cobranças aos moradores. Em uma negociação, Alex também perguntou a Jino se ele ia querer um documento e disse que esse papel vem com duas pulseiras, ou seja, tratava-se de uma arma de fogo que vinha com dois carregadores.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da Polícia Militar está atuando em conjunto com a Polícia Civil no cumprimento de mandados de prisão em Belford Roxo. Até o momento, três policiais do serviço ativo foram detidos na operação contra a organização criminosa. Os homens detidos serão conduzidos para a Unidade Prisional da Polícia Militar. Um deles é do 39ºBPM, outro do BPCHQ e o terceiro estava lotado há dois meses na 1ªCIPM, responsável pela guarda dos palácios Guanabara e Laranjeiras. Ainda segundo a Secretaria, o militar não faz parte e nunca integrou a equipe de segurança do governador.

Já a Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL) explicou que, ao todo são 35 mandados de prisão preventiva e 93 mandados de busca e apreensão. Quinze pessoas foram presas até o momento. De acordo com as investigações, o grupo é responsável por dezenas de homicídios nos últimos anos, além de ocultação de cadáver através da criação de cemitérios clandestinos, extorsões, exploração de serviços como gato net, venda de cigarros e exploração de transporte alternativo como moto táxi.

Cerca de 300 policiais civis participam da operação e cumprem mandados em Belford Roxo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Pedro da Aldeia e Rio de Janeiro.

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