Tragédias, escândalos e turbilhão político marcam o ano no país

Se por um lado o ano de 2019 foi cheio de esperanças no novo governo e na busca do desenvolvimento econômico, em outra perspectiva, o ano também tevr tragédias que resultaram em grande números mortos, além de perdas irreparáveis de personalidades brasileiras.

Se 2019 foi o ano que muitos não querem lembrar ou foi inesquecível, o Portal Eu, Rio! destacou alguns desses acontecimentos.

O ano começou com uma grande expectativa. Em seu primeiro dia, aconteceu a posse do 38º presidente do Brasil: Jair Bolsonaro. Desfile em carro aberto em Brasília, quebra de protocolo da primeira dama - que discursou antes do marido - fala crítica com relação à inversão dos valores morais, do politicamente correto, que exaltou a "libertação do socialismo".

Em março, a maior festa popular do mundo, o carnaval, conheceu a sua nova campeã. A Estação Primeira de Mangueira foi anunciada vencedora, apostando no enredo politizado "História para ninar gente grande". Já a Império Serrano e Imperatriz Leopoldinense foram rebaixadas. Em 2020, as escolas de samba terão uma grande missão de colocar sua festa na rua, pois não haverá subvenções do poder público.

Tragédias

O ano mal tinha começado quando o país se assustou com o rompimento da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, no Estado de Minas Gerais. Após 11 meses, essa tragédia de proporções enormes tirou a vida 257 pessoas e 13 ainda estão desaparecidas.

Em menos de um mês outra tragédia também chocou o país, dessa vez, no Rio de Janeiro. Dez adolescentes morreram no incêndio que atingiu o Centro de Treinamento do Flamengo. 26 jovens que estavam no Ninho do Uribu, 13 deles conseguiram escapar e três ficaram feridos. Todos eles faziam parte do time de base do Flamengo.

Já em 13 de março uma invasão de dois adolescentes na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), resultou na morte trágica de 5 estudantes e dois funcionários, além de 11 pessoas feridas. Os atiradores, que eram alunos da unidade, se mataram em seguida.

O desabamento de dois prédios na Muzema, comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro, deixou ao menos 24 mortos e centenas desabrigados. As construções irregulares e ilegais haviam sido interditadas duas vezes no final do ano de 2018 e em fevereiro deste ano. Segundo moradores, a comunidade é controlada por milicianos (já presos) que promoviam vendas e locações dos imóveis.

Um incêndio de grandes proporções também deixou muitos feridos no Hospital Badim, na Zona Oeste do Rio. Um curto-circuito no gerador do prédio anexo ao hospital formou fortes chamadas que em seguida se espalharam pelas enfermarias que no momento contava com 103 pessoas internadas. 22 pessoas morreram asfixiadas pela fumaça tóxica.

Casos que chamaram a atenção do país

O ano também ficou marcado por escândalos que, inclusive, envolveram celebridades e políticos.

As opiniões e suspeitas de todo mundo ficaram divididas sobre a denúncia feita por Najila Trindade contra o jogador da seleção brasileira, Neymar Junior. O craque foi acusado pela modelo por estupro. Por falta de provas, Najila fez gol contra e o processo foi arquivado. Além disso, a jovem foi denunciada pelo MP por fraude processual e extorsão.

Outro caso que pegou de surpresa eleitores e evangélicos foi o assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis. Um inquérito foi aberto e apontou que Flavio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos de Souza – filhos do casal - são acusados de matar o pastor com 30 tiros na garagem de sua casa, em Niterói.

Violência ceifa a vida de cidadãos

Sem direito a uma segurança eficaz e de qualidade muitas vidas foram interrompidas precocemente no Rio de Janeiro. Mesmo com a promessa do executivo estadual em combater o tráfico, a corrupção e a milícia (principais alvos da polícia); a cena mudou e colocou um ponto final em vítimas dessa nova proposta.

Exemplo disso é o caso da menina Ágatha Félix, de 8 anos, que foi atingida por uma bala no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o policial militar Rodrigo José dos Santos é acusado de atirar na criança e pelo MP-RJ o PM deverá responder por homicídio qualificado.

Além desse caso trágico, um erro de militares findou a vida de Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos. O músico estava a caminho de um chá de bebê quando foi surpreendido por agentes do exercito que efetuaram disparos contra o carro, atingindo Evaldo, que faleceu no local. Outros caso como de Christian Felipe - morto durante uma blitz – continuam impunes.

2019: O ano das grandes decisões no STF

O ano foi de muita responsabilidade para a corte do judiciário brasileiro. Em julho, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram por oito votos a três a criminalização da homofobia e transfobia em todo território nacional. O alto escalão do judiciário entendeu que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo. A votação foi a mais longa da história.

O julgamento mais conturbado foi, sem dúvidas, a constitucionalidade da prisão após condenação em 2ª instância. Contrariando o pensamento da corte de 2016, por seis votos a cinco os ministros reverteram o caso e entenderam que um réu só poderia ser preso após os tramites em julgado cessarem todos os recursos.

Com isso, a discussão ganhou grandes proporções porque o ex-presidente Lula – preso desde 2018 – seria o maior beneficiado. Além dele, 4.895 pessoas foram soltas pela Justiça, entre eles o DJ Rennan da Penha (produtor cultural), José Dirceu (ex-ministro do governo Lula), e outros.

Decisões do Congresso modificaram a vida dos brasileiros

Um ano de muitas articulações e várias idas do Governo até a Câmara dos Deputados. Essa foi a realidade dos parlamentares – senadores e deputados Federais – ao precisar analisar grandes temas propostos pelo Poder Executivo, entre eles a Reforma da Previdência e o Pacote Anticrime.

Em novembro, o Congresso Nacional promulgou o texto da Reforma da Previdência, que estabelece novas regras para aposentadoria do Regime Geral (setor privado) e de servidores públicos – elas não valem para servidores estaduais e dos municípios.

Entre as principais mudanças estão: a fixação de idade mínima (65 anos para homens e 62 para mulheres), tempo mínimo de contribuição (15 anos para mulher e 20 para homens no setor privado; 20 para ambos em setor público), regra de transição e no valor a ser desconto no INSS (quem recebe menos vai contribuir pouco e assim sucessivamente).

Outro tema bastante criticado pelos magistrados foi o pacote anticrime, proposto pelo ministro Sérgio Moro. O projeto, que foi publicado no Diário Oficial da União e contou com 25 vetos, prevê o juiz de garantias – que deverá conduzir a investigação criminal, mas a sentença ficará a cargo de outro magistrado – e ações contra corrupção, crimes organizado e violentos.

Meio ambiente foi preocupação em todo o mundo

O ano de 2019 moveu as atenções e preocupações do mundo inteiro para a maior floresta tropical do mundo: a Amazônia. Vítima dos focos de incêndio, a floresta registrou um aumento de quase 200% em queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao todo foram considerados mais de 30 mil focos ativos somente em agosto, sendo o maior nos últimos nove anos.

O assunto teve grande repercussão em todo mundo e manifestações começaram a ser feitas dentro e fora do país. Celebridades mundiais e governantes começaram a pressionar o governo brasileiro para conter as queimadas e propor ações de combate as pessoas que praticam o ato. Durante uma semana, nas redes sociais, a hashtag #PrayForAmazonia(Ore pela Amazônia) foi uma das mais citadas em todo o mundo.

2019: o ano do adeus aos ídolos

Infelizmente as câmeras de televisão, os palcos do teatro e os microfones ficaram um pouco "sem graça" após a perda de grandes personalidades do universo artístico. 2019 foi o ano do adeus. Veja as principais personalidades que nos deixaram:

26 de janeiro - Wagner Montes, apresentador de TV e deputado Estadual.

11 de fevereiro – Ricardo Boechat, apresentador de TV e radialista da Bandeirantes.

12 de março – Eurico Miranda, ex-dirigente do clube esportivo Vasco da Gama

30 de março – Beth Carvalho, cantora e compositora de sambas

11 de maio – Lúcio Mauro, ator e comediante

27 de maio – Gabriel Diniz, cantor

6 de julho – João Gilberto, cantor e "pai da Bossa Nova"

10 de julho – Paulo Henrique Amorim, jornalista e apresentador de televisão

15 de agosto – Roberto Leal, cantor português

28 de outubro – Jorge Fernando, ator e diretor de novela

22 de novembro – Gugu Liberato, apresentador de TV

22 de dezembro – Ubirajara Penacho (Bira), músico