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91% na Região Sudeste

Roubos de cargas colocam em risco a cadeia de suprimentos no Brasil

Segundo pesquisa, Duque de Caxias, São João do Meriti e Rio de Janeiro são responsáveis por 67% dos casos


Foto: Divulgação

As cadeias de suprimentos podem sofrer diversas fontes de ruptura, desde internacionais - como níveis de inflação nas maiores economias mundiais, guerras, crises energéticas e políticas internas de outros países - até nacionais.

O Brasil sofre com diversos fatores, mas, principalmente por se tratar de um país continental, podemos citar especialmente a insuficiência dos níveis de segurança nas estradas, o que culmina no roubo de cargas. Como consequência de uma gestão precária, há a redução da oferta de serviços, produtos, matéria-prima, componentes, opções de transporte, disponibilidade de armazenagem, dentre outras restrições.

Segundo o estudo do Centro de Inteligência da Overhaul, “Brasil: Relatório Trimestral de Roubo de Carga”, no segundo trimestre de 2023, as Cargas Mistas, isto é, cargas de diferentes tipos sendo transportadas conjuntamente, foram as mais visadas com 44% dos eventos. Em seguida, Alimentos e Bebidas (18%), Cigarros (11%), Eletrônicos (7%) e Agro (6%).

Ainda de acordo com o relatório, os roubos de cargas de alimentos e bebidas se concentraram no Sudeste, representando 91% das ocorrências. Destas, 75% aconteceram no Estado do Rio de Janeiro - as cidades de Duque de Caxias, São João do Meriti e na cidade do Rio de Janeiro foram responsáveis por 67%. As cargas mistas compostas por diversos tipos de alimentos e bebidas foram as mais roubadas. Analisando produtos de forma individual, as cargas de carnes foram as mais visadas (10%). Em relação às ocorrências gerais (todos os tipos de produtos), o Sudeste ainda é responsável pela maioria, com 76%.

Há, contudo, uma explicação socioeconômica, abordada pela pesquisa PNAD 2012-2022 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): dentre os 10% mais pobres, 64% não estão ocupados de forma integral, ou seja, trabalham informalmente, apesar de buscarem a inserção no mercado de trabalho. Diante disso, surge a necessidade de alternativas mais acessíveis e mudanças de hábitos, resultando no aumento do mercado informal que fornece a essa parcela da população itens básicos de sobrevivência. Assim, as quadrilhas e o crime organizado encontram oportunidades de abastecer este mercado informal com as cargas roubadas, vendendo-as a preços sem impostos, mas com alto lucro.

Soluções

Segundo o Centro de Inteligência da Overhaul, “os embarques no Brasil correm grave risco de roubo de carga”, e recomenda a inclusão de profissionais especializados em gestão de riscos da cadeia de suprimentos, responsáveis por planejar essas viagens - com essa participação, as empresas responsáveis pelos fretes rodoviários podem fazer a diferença no combate ao crime de carga. A elaboração de formas antecipadas de planejamento e organização das operações de transportes, além do aprimoramento do uso de tecnologias para análises estatísticas que possibilitem aplicar predições e, assim, aumentar a eficiência das práticas preventivas, são essenciais para mudar esta realidade no Brasil e a Overhaul, conta com software de gerenciamento de riscos e visibilidade e tecnologia para auxiliar no transporte seguro.

O estudo destaca ainda soluções como a escolha de rotas com pontos de paradas seguros, com configurações particularizadas da tecnologia de rastreamento para os embarques, bem como o emprego de múltiplas camadas de proteção que precisam ser estrategicamente identificadas e empregadas para cada operação.

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