O deputado federal Eduardo Bandeira de Melo, ex-presidente do Flamengo, palestrou, neste sábado (23), na Conferência Go Impacto 2023, em Vila Isabel. O evento, ocorrido na Comunidade Evangelista da Zona Norte, contou com a presença de pequenos empresários, empreendedores, estudantes e profissionais liberais na plateia. Nenhum palestrante cobrou cachê e a entrada era franca, com colaboração de dois quilos de alimentos não perecíveis, por pessoa, para serem doados a uma instituição de caridade na Grande Tijuca.
Durante quase uma hora de palestra, Bandeira falou do tempo e aprendizado no BNDES, das etapas na recuperação financeira do Flamengo, maior clube de futebol do Brasil e da ocupação atual em Brasília. Disse que já foi convidado por um candidato a presidência do Vasco e sondado anteriormente também pelo Atlético-MG para fazer parte da gestão. Mas que não aceitou por paixão, já que não poderia estar à frente de uma instituição rival do Rubro-negro.
Perguntado sobre qual seria o resultado no jogo decisivo na Copa do Brasil, neste domingo (24), no Morumbi, afirmou categoricamente que o Flamengo irá vencer de 2 a 0: um gol do Pedro, de cabeça; e outro de Everton Ribeiro, no finalzinho.
Na ocasião ele respondeu a três perguntas exclusivas do Portal Eu, Rio!:
O que o Senhor tem feito pelo futebol no seu mandato de deputado federal?
Meu papel na Câmara Federal vai muito além do esporte. Mas sou presidente da frente parlamentar pela modernização do futebol brasileiro. A ideia é trazer e discutir vários assuntos da ordem do dia, como ligas, SAF e modelos de governança. Sempre na perspectiva de que o futebol é um assunto muito sério, porque ele é o principal ponto de contato com a vida de boa parte da população brasileira. E o futebol tem que dar exemplo! Trazer uma visão mais responsável do ponto de vista da do meio ambiente, por exemplo. Também fazer com que o futebol ajude a educação e vice-versa.
Qual a sua opinião sobre a Sociedade Anônima do Futebol (SAF)?
A SAF é a saída que vários clubes encontram para sobreviver. Clubes que estavam numa situação muito ruim, com endividamento alto, sob o risco até de falência, acabaram encontrando na SAF um caminho, para eles, muito bom, porque permitiu a sobrevivência. Agora, não acho que a SAF seja alternativa para todos. O Flamengo, por exemplo: não vejo a menor necessidade se transformar em SAF. Existem alguns riscos associados. O próprio regime tributário especial que a SAF tem, ninguém sabe se vai perdurar por muito tempo. A gente está discutindo a Reforma Tributária no Congresso Nacional e pode ser que isso acabe. Então, existe uma série de questões que fazem com que a gente tenha de pensar muito antes de partir para mudança do modelo societário.
O senhor pretende se candidatar novamente a presidente do Flamengo?
À princípio eu não tenho - ou não tinha - a intenção de voltar a ser presidente do Flamengo, embora ache que é uma decisão que tenha de caber exclusivamente a mim. Cabe aos eleitores do clube saber se mereço ou não. Qualquer movimento que se faça para tirar o direito de eu me candidatar, seja a presidência ou outro cargo, é golpe. Eles tentaram isso e perderam. Mas, como todo golpista, não se conformam e vão tentar até o final. Acho que a razão vai prevalecer e o nosso grupo vai poder participar das eleições no ano que vem.