A final do Circuito de Boxe das Comunidades, evento promovido por Cesário Figueiredo, ex-presidente da Federação de Boxe do Estado do Rio de Janeiro - gestão bicampeã brasileira categoria Elite - 2017 e 2018, levando quatro atletas da cidade do Rio de Janeiro à seleção olímpica -, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e a Associação Brasileira de Pugilismo, fechou com chave de ouro e um nocaute no último sábado. Vitória da seleção da Região Central por 4 a 3 sobre a seleção da Zona Oeste.
Logo no primeiro combate (65 quilos) ficou claro que as sete lutas do card principal - houve preliminares com atletas das categorias infantil, juvenil e cadete - seriam bem disputadas. Foi o que aconteceu. Ruan Santos e Wendell Salgado abriram a série com um duelo bem acirrado confundindo até mesmo quem entende do assunto. Wendell Salgado segurou o ímpeto de Ruan Santos, que foi penalizado com um ponto no 2º round, e levou a vitória no 3º round quando, aparentemente, parecia que seria superado. Fez os pontos necessários para vencer.
No segundo duelo, a apresentação feminina (54 quilos) entre Anna Beatriz e Nathalia Hornst, que apesar de maior na altura e envergadura, não conseguiu livrar-se da atleta da seleção da Região Central. Anna Beatriz levou a vitória por unanimidade abrindo vantagem para a equipe do baiano Lino Brito que está há quase dez anos no Rio trazendo o melhor da Boa Terra, onde revelou Robson Conceição, primeiro ouro olímpico brasileiro, em 2016, e Robenilson de Jesus, que disputou três Olimpíadas - 2008, 2012 e 2016.
A terceira luta (63,5 quilos) foi um alento para a seleção da Zona Oeste. A vitória por W.O do atleta Kaio Vinícius colocou a equipe de Rubens Macarrão com a primeira vitória. O problema foi o quarto embate. Douglas Andrade, com a experiência Internacional na seleção, atleta da Marinha, enfrentou Matheus Rocha que limitou-se a defender o constante ataque do pugilista do Complexo da Maré. A vitória fez novamente abrir vantagem, colocando a seleção da Zona Oeste diante de três decisões que seriam vencer ou vencer.
Felipe Galvão subiu no ringue para vencer e manter a esperança da equipe no título. O combate contra Felipe Rogério, na categoria 71 quilos, foi “toma lá, dá cá”. Muita movimentação no quadrilátero, e Felipe Galvão tentando entrar com socos variados na linha de cintura e cabeça, além de entrar na mente do seu oponente quando fazia gestos faciais para desestabilizar Felipe Rogério, que em nenhum momento, caiu na ‘pilha do atleta da Zona Oeste. A vitória voltou a diminuir a diferença para a seleção da Região Central.
Na penúltima luta da noite, a chance de empatar e deixar para a categoria 92 quilos a decisão. Foi, exatamente o que não aconteceu. Na categoria 81 quilos, o conterrâneo do técnico Lino Brito, Lucas Matheus Tavares, foi para cima de Lucas Gaspar que não conseguiu lutar ofensivamente por causa da pressão imposta sobre si, e perdeu a luta. A fatura consumada, e a festa armada ao redor e no próprio ringue quando a equipe da Região Central fez 4 a 2 tendo apenas uma luta a mais.
Único nocaute da decisão
Já vencida no Circuito de Boxe das Comunidades, a seleção da Zona Oeste finalizou a noite com um nocaute sensacional de Igor Patrocínio sobre Brenno Ferreira. Foram 30 segundos de luta até as toalhas voarem sobre o ringue.
O mês da Consciência Negra e das estatísticas do Censo 2022 sobre moradores de morros e favelas no Brasil, foi uma contemplação à Nobre Arte que trouxe o Circuito de Boxe das Comunidades no Rio de Janeiro. A competição começou dia 16, na Cidade de Deus, dia 23, na Rocinha, - duas entre as quatro comunidades mais habitadas no Brasil - e finalizou no bairro nobre de Ipanema que teve a primeira apresentação de boxe em praça pública em 130 anos completados este ano.
Circuito de Boxe das Comunidades apresentou vários combates infantis e juvenis nos cards preliminares. Foto: Teca Gomes